Parmalat, crise permanente
Publicado: 11 Setembro, 2008 - 00h00
{mosimage}A Parmalat brasileira teve um desfecho diferente em comparação com os demais países onde funcionava. Aqui não houve fechamento de fábrica alguma.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac), conjuntamente com a Comissão Nacional dos Trabalhadores da Parmalat, conseguiu realizar uma corrente em defesa dos empregos. Para garantir isto, a Parmalat não poderia ser vendida em pedaços, não podia ser comprada por uma concorrente e tínhamos que garantir o complexo como um todo, sem ser despedaçado.
Conseguimos que os grandes credores da dívida da Parmalat, que eram os grandes bancos, assumissem o ativo e o passivo da empresa até vender para o fundo de investimento Laep, que comprou a massa falida em falência judicial.
A Laep comprou a Parmalat por R$ 140 milhões e vendeu a Batavo - que estava dentro do complexo Parmalat - para a Perdigão por R$ 120 milhões. Quer dizer que a Parmalat toda custou R$ 29 milhões à Laep.
A Parmalat sempre viveu em crise, mesmo quando a mídia brasileira a mostrava como uma empresa saudável e economicamente forte. No entanto, a verdade é que seus balanços eram apresentados em vermelho, desde que se instalaram no Brasil, com os trabalhadores, como sempre, sendo as suas grandes vítimas.
Novamente nos vemos diante de um quadro de demissões e incertezas quanto ao futuro da empresa e de seus trabalhadores. Novamente o perigo do desemprego em massa ronda os funcionários da Parmalat brasileira.
As águias estão sobrevoando a sua possível presa. As concorrentes estão de olho no parque industrial da Parmalat. Uns para eliminar a concorrente, outros comprando e fechando plantas, anexando a produção e poucas fábricas, causando o desemprego; outras só querendo apoderar-se das melhores plantas fabris da falimentar Parmalat.
Mais do que nunca, a unidade e mobilização da categoria, dos sindicatos e das comunidades envolvidas cumprirão um papel fundamental, pressionando as autoridades em nível municipal, estadual e federal pela resolução de problemas que dizem respeito a um setor estratégico para a soberania alimentar do povo brasileiro e que responde por milhares de empregos.