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Artigo

Os povos da Amazônia resistem

Publicado: 05 Setembro, 2021 - 00h00 | Última modificação: 06 Setembro, 2021 - 17h15

Hoje, quando o mundo vive uma crise climática, fica cada vez mais claro que a Amazônia tem importância fundamental para a saúde humana, assim como para a economia do planeta.

Os povos tradicionais, indígenas, ribeirinhos, as comunidades quilombolas sabem disso e estão mobilizados para protegê-la.

Não é uma tarefa fácil. Para se ter uma ideia do tamanho da maior floresta tropical do mundo, caso a Amazônia fosse um país, seria o 6° do mundo. Com a maior parte de sua extensão territorial no Brasil, ocupando seus 9 estados.

É por toda essa magnitude amazônica que se deve exigir desse desgoverno federal o fortalecimento dos órgãos ambientais e a aplicação das leis de fiscalização. Ao mesmo tempo, denunciar o descaso e irresponsabilidade com que o tema vem sendo tratado. Esta tem que ser a tônica das lutas no dia 05 de setembro, dia da Amazônia.

Mas não é isso que estamos vendo. Levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) constatou que no acumulado dos últimos anos, de agosto de 2020 até junho deste ano, foi registrado na Amazônia Legal, a maior devastação para o período em dez anos.

Segundo a pesquisa de agosto de 2020 a julho de 2021, período conhecido como o “calendário do desmatamento”, o bioma viu 10.476 km² de floresta serem destruídos, área que equivale a nove vezes a cidade do Rio de Janeiro.

Esse acumulado é 57% superior ao desmatamento registrado no calendário anterior, de agosto de 2019 a julho de 2020”. Os dados da pesquisa constatam o que convivemos no dia a dia na Amazônia.

Com solo enfraquecido pelas queimadas, que posteriormente servem para criação de grandes áreas de pastagens, a grilagem das terras indígenas cresce assustadoramente, colocando essas populações amazônidas em situação de vulnerabilidade já que não têm mais como viver da agricultura de subsistência, exercitar suas crenças religiosas e saberes, repassar e exercitar os conhecimentos sobre a fauna e flora da floresta, como povos da Amazônia.

É necessário proteger as atividades agrícolas das comunidades ribeirinhas, como a plantação de mandioca, produção de farinha, coleta de açaí. Além da retirada de árvores que servirão para madeiras de lei e para especulação financeira, cujo impactos econômicos, sociais a cada dia aproxima-se mais e mais das terras indígenas, e das famílias dos quilombolas e ribeirinhos.

A defesa da Amazônia é uma luta cotidiana. Uma luta da nação brasileira. Os crimes ambientais precisam ser denunciados e barrados por políticas ambientais públicas, a fim de fortalecer o Código Florestal brasileiro, por exemplo.

Contudo, o que se vê desgraçadamente, é esse desgoverno genocida, que ao invés de proteger e fortalecer os órgãos ambientais, de fazer a fiscalização efetiva da floresta e proteger seus povos, coloca-se à serviço de gananciosos que só têm interesse pelo lucro fácil, de incentivar a destruição da Amazônia. E finge que nada de grave está acontecendo. Este é desgoverno de Bolsonaro que sucateia e fragiliza as instituições ambientais. Assim como incentiva o desmatamento, a liberação de agrotóxicos, inclusive, alguns produtos já banidos de outros países e que são tão perigosos tanto para a saúde humana como ao meio ambiente.

Os povos da Floresta Amazônica têm que ser respeitados, fortalecidos para que possam exercer o genuíno papel de protetores da natureza. Para isso, são necessários projetos e políticas públicas que combatam o ritmo acelerado de desmatamento na floresta.

É um grande desafio defender a Amazônia da destruição causada pelo agronegócio de capitalistas nacionais e internacionais, de empresas mineradoras e dos desmandos do genocida Bolsonaro.


As consequências são os desequilíbrios ambientais, climáticos e sociais.
Sigamos em luta para garantir o futuro da humanidade.