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Artigo

Mobilização nacional pela Consciência Negra num país racista

Publicado: 19 Novembro, 2021 - 00h00

A população negra brasileira tão discriminada, ciente de suas contribuições cidadãs para o país e da existência de racismo estrutural celebram no dia 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra. Um dia dedicado à reflexão sobre a importância dos negros e negras na construção da riqueza e na formação cultural da sociedade brasileira. Deve ser também para celebrar as lutas dos movimentos sociais contra o racismo e de homenagem a um dos maiores líderes e lutadores das causas libertadoras do povo negro, Zumbi dos Palmares.

O sistema escravista deixou marcas que perduram até os dias atuais, atravessa a vida cotidiana do negro, nos mais diversos espaços de trabalho, de moradia, na escola, de lazer. Dados do IBGE, de 2019, evidenciam que somente 32% dos trabalhadores pretos e pardos tinham carteira assinada, enquanto os trabalhadores brancos ocupavam 38,92% dos postos de trabalho, com carteira assinada. São também os negros e pardos que ganham menos, uma remuneração média de quase R$ 1.000,00, mais baixa do que dos seus colegas trabalhadores brancos.

O desgoverno preconceituoso de Jair Bolsonaro cortou de forma substancial financiamentos ao Programa de Enfrentamento ao racismo e Promoção da Igualdade Racial. Em 2019, o valor da verba foi de 15 milhões, 60% menor em relação a de 2016, que foi de 46 milhões.

O Brasil tem na presidência da República o político Jair Bolsonaro que não reconhece a importância de ações afirmativas, de que não valoriza o acolhimento das vítimas de racismo, que não protege áreas de quilombos e nem as suas regulamentações fundiárias. E é desse presidente misógino, preconceituoso, racista, a “piada”, em 2017,  como deputado federal numa palestra no Clube Hebraica, Rio de Janeiro, em tom de chacota, após a sua visita a um quilombo, de que  “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas.”, animalizando e um desrespeito ao corpo negro.

Essas situações de subjugação, negligência do Poder Público não devem mais mantidas ou causem sofrimentos ao indivíduo negro, sejam físicos ou adoecimento psíquico.  De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2016, de cada dez suicídios no país, seis foram negros e os principais fatores para esses atos são a desigualdade étnico-racial e o racismo institucional

Dia 20 de novembro é um dia em que todos são conclamados à reflexão e análise dos impactos na identidade brasileira e da cultura negra para desenvolvimento no país.

Militantes de associações antirracistas e antifascistas, entidades negras, trabalhadores convocados pelas suas centrais sindicais celebram a cultura afro-brasileira, que se apresenta e revela grande influência na política, na religião, na música, na gastronomia. A força dessas vozes nas manifestações e atos por igualdade racial, contra desemprego, miséria, fome, pela democracia, por todos os cantos do país, também, pelo Fora Bolsonaro e suas políticas criminosas e genocidas.