Luta e honradez
Publicado: 03 Maio, 2013 - 00h00 | Última modificação: 28 Outubro, 2014 - 16h21
A frase “Um dia nosso silêncio será mais forte que as vozes que hoje vocês estrangularam” está cravada no monumento erguido na Praça Haymarket, Chicago, EUA, em homenagem aos que tombaram no curso dos acontecimentos que originaram o Dia Internacional do Trabalhador. O 1º de maio de 1886 foi a data limite dada pela Federação Americana do Trabalho (AFL) para que a classe patronal implementasse a jornada de oito horas de trabalho.
Era isso ou greve. Vencido o ultimato, operários cruzam os braços e saem às ruas em todo o país. Em Chicago a Praça Haymarket transforma-se em uma espécie de Praça Tahrir de dois séculos atrás. Concentrados no local, os operários não arredam o pé, mesmo sob intensa repressão. No dia 3 de maio a polícia abre fogo contra multidão, centenas de mortos. Dia seguinte numa farsa à lá Rio Centro, policiais explodem uma bomba na praça parea culpar os sindicalistas. Centenas deles são presos e enforcados. Dois anos mais tarde, em Paris, socialistas do mundo inteiro homenageiam os “mártires de Chicago” e proclamam o 1º de maio como o dia Internacional de luta do Trabalhador pela Redução da Jornada.
Neste 1º de amio, a CUT retoma os ideais dos “Mártires de Chicago” e reafirma a jornada de 40 horas semanais, sem redução de salário como um dos eixos da campanha “Desenvolvimento, cidadania e valorização do trabalho”, que incui ainda, o fim do fator previdenciário, reforma agrária, valorização dos aposentados, mais recursos para educação e saúde, correção da tabela do imposto de renda, ratificação e regulamentação das convenções da OIT 158 (demissão imotivada) e 151 (serviço público).
Trata-se de uma pauta decisiva para a transformação do crescimento econômico do Brasil com inclusão social e distribuição de renda, sem os quais, não há democracia. Até porque a democracia brasileira é uma conquista da classe trabalhadora e tem, em seu DNA a marca dos 30 anos de luta da CUT por inclusão e justiça social.
Afinal, a CUT nasceu não apenas para defender a liberdade de organização e participação dos trabalhadores. Sua criação foi, sobretudo, fruto de um movimento que lutava pela redemocratização do país, como condição básica para construção de uma nova sociedade. Nas últimas três décadas a CUT tem lutado para honrar a história de luta da classe operária. Para os próximos 30 anos “o futuro pertence aos que acreditam na beleza dos seus sonhos” nos ensina o calígrafo libanês Moafak Helaìhel. Afinal, “os sonhos não envelhecem”, cantou Milton Nascimento.