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JBS Friboi quer sangrar o Orçamento público

Publicado: 31 Agosto, 2011 - 00h00

 

Alguns setores brasileiros se acostumaram a crescer seu capital sangrando o Orçamento da União via isenção de impostos e recebimento farto e generoso de recursos públicos sem qualquer contrapartida social, trabalhista ou ambiental.

Seguindo o exemplo de outros setores, como o sucroalcooleiro, que além de isenção ainda arrancava perdão das suas dívidas, a JBS Friboi, maior empresa frigorífica do mundo, está num processo de pressão e chantagem ao governo federal.

Conforme anunciou recentemente, sem qualquer negociação com os trabalhadores ou com as autoridades locais, e alegando “eficiência fiscal”, as plantas de Presidente Epitácio (SP), Teófilo Otoni (MG) e Maringá (PR) terão suas operações suspensas por tempo indeterminado. Na verdade, tal medida tem um único objetivo: maximizar lucros com a isenção de impostos.

A empresa usa irresponsavelmente a ameaça de fechamento e desemprego em massa para se colocar acima das leis e fazer com que as autoridades abaixem a cabeça, mantendo também vista grossa aos reiterados abusos na área social e trabalhista.

Devido ao volume de recursos movimentados pelo setor da carne em nosso país, qualquer isenção redundaria em enorme prejuízo para os cofres públicos, e ainda por cima abriria um péssimo precedente. Com certeza, isso também não traria nenhuma redução nos altos preços da carne cobrados da população.

Os trabalhadores da alimentação são contra a isenção de impostos e a guerra fiscal que tanto prejudica o desenvolvimento da nação como um todo, que necessita de recursos para investimento. Por isso defendemos pulso firme da presidenta Dilma, que tem todo o nosso apoio para enfrentar tais interesses e dizer não a práticas inescrupulosas, altamente daninhas à sociedade.

Finalmente, vale lembrar que a mesma JBS Friboi mantém condições de trabalho de péssima qualidade em todo o país. Suas práticas de trabalho indecente foram denunciadas e comprovadas pelo Ministério Público que, inclusive, abriu ação civil contra quatro unidades da empresa.

A aprovação da norma regulamentadora do setor frigorífico, que estabelece redução da exposição ao trabalho penoso para seis horas diárias, redução do ritmo e o estabelecimento de pausas, é uma das ações que vêm sendo defendidas pela Contac/CUT para que empresas como a JBS Friboi entrem na linha.