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Em 2026, o trabalho no centro da disputa

Publicado: 19 Dezembro, 2025 - 00h00 | Última modificação: 19 Dezembro, 2025 - 14h21

Estamos encerrando mais um ano de luta com conquistas importantes para o povo brasileiro. Pela primeira vez na história do país, golpistas foram devidamente julgados e condenados; a geração de emprego atingiu recordes também históricos, com o Brasil vislumbrando novamente condições semelhantes ao pleno emprego e um ajuste no sistema tributário que avançou na lógica de uma estrutura de cobrança progressiva, desonerando quem ganha menos, beneficiando aproximadamente 16 milhões de pessoas com a isenção total da cobrança do imposto de renda para quem ganha até 5 mil e descontos escalonados para quem ganha até 7.530,00 reais por mês. A política voltou a mobilizar a sociedade com força e o povo segue tomando as ruas em defesa da democracia, dizendo não à PEC da blindagem e ao projeto da dosimetria, propostas para defender os golpistas, denunciando os vendilhões da pátria em um Congresso inimigo do povo!

É nesse clima que entraremos em 2026, em uma disputa eleitoral que será decisiva para o futuro do país, na qual o trabalho deverá ser o eixo central para a definição das propostas.

Apesar de todos os avanços, é preciso também reconhecer as limitações que atrasam o desenvolvimento do país e compreender que a precarização tem se tornado estruturante no mercado de trabalho, com empregos de baixa qualificação, baixos salários, longas jornadas em condições insalubres e adoecedoras. Os dados recentes dão conta disso, com níveis de adoecimento físico e mental no trabalho crescendo vertiginosamente. Soma-se a isso a discussão que toma as redes sociais colocando em xeque a precarização do trabalho formal, que pouco oferece em termos de perspectiva de futuro.

Diante disso, cabe à CUT e seus sindicatos dar visibilidade a esse debate e pautar na sociedade qual é o trabalho que queremos para nosso povo. Movimentos como o VAT, Vida Além do Trabalho, e a luta pelo fim da escala 6x1 são um grito especialmente da juventude trabalhadora que diz não à exploração, à precarização e ao adoecimento, seja no trabalho formal ou na informalidade. Queremos trabalho decente para todos e todas, com proteção social, direitos trabalhistas plenos, salário digno e jornadas de trabalho que não levem à exaustão, direito à organização sindical e à negociação coletiva, bandeiras históricas da nossa Central.

Para enfrentar o avanço da precarização, a CUT, nos seus últimos congressos, vem discutindo formas de avançar na organização e representação do universo crescente de trabalhadores e trabalhadoras desprotegidos.

Da mesma forma, deve ser promovida a organização dos trabalhadores e trabalhadoras informais, autônomos e precarizados, pelo teletrabalho e plataformas de aplicativos. Devem ser desenvolvidos meios organizativos adequados a cada situação, voltados para a defesa de seus interesses e ao combate da precarização do trabalho, seja pela agregação na base de sindicatos existentes, seja pela criação de novas entidades, desde que não levem à fragmentação sindical. (Caderno de Resoluções do 14º CONCUT pg. 23)

Por isso, em 2026, estaremos junto com o povo trabalhador do Brasil para fazer da campanha eleitoral um momento privilegiado para discutir que futuro queremos para a juventude trabalhadora brasileira. Vamos discutir com nossas bases quais parlamentares deverão compor o novo Congresso. Quem de fato tem compromisso com os interesses da classe trabalhadora? Quem é traidor do povo, legisla em favor dos interesses da classe dominante para aumentar a exploração, reduzir direitos e transferir a riqueza da nação para as mãos de poucos; quem conspira contra a democracia; quem faz política de (in)segurança pública matando a população negra e pobre nas periferias do país; quem se presta a entregar as riquezas da nossa terra para outras nações; quem quer destruir o Estado com uma reforma administrativas (PEC 38) que vai deixar sem proteção os mais vulneráveis, a população que depende das políticas públicas para viver com dignidade; quem atenta contra a soberania do Brasil e do seu povo para defender os interesses de outros países, como os Estados Unidos, em detrimento dos interesses nacionais, não será eleito. Da mesma forma, em 2026, a eleição dos governadores e governadoras vai abrir espaço para legítimos e legítimas representantes da classe trabalhadora. 

A CUT e seus sindicatos estarão em campo fazendo esse debate com a sociedade. Na centralidade da discussão estará o trabalho que queremos. A partir dele, será possível desenhar uma nova organização social, num país cuja riqueza de recursos naturais, imensa, serve ao seu povo e onde a riqueza fruto do trabalho é distribuída com justiça entre todos e todas que a produzem. Vamos defender a plataforma da classe trabalhadora, vamos amplificar a discussão nas nossas bases, vamos passar em revista quem tem e quem não tem compromisso com essa agenda. Vamos reeleger o presidente Lula e avançar pondo fim à triste realidade de um Congresso inimigo do povo! Vamos eleger uma nova bancada comprometida com a classe trabalhadora e seus interesses históricos e imediatos. Que venha 2026 com muita luta!