O desfile cívico de 2 de julho se aproxima e a CUT-BA se prepara para o cortejo, levando para as ruas o seu espírito combativo e de luta. Entendo que a força da história do 2 de julho e da CUT se complementam. Em 1822, homens e mulheres famintos e pobres foram capazes de derrotar as tropas dos portugueses que aqui mandavam e desmandavam. Hoje, em pleno século XXI, continuamos sendo protagonistas de nossa história, tendo como instrumento legítimo de luta por mais direitos as greves e o poder de pressão político dos trabalhadores.

Com armas diferentes e com muita firmeza, continuamos nas ruas, nas fábricas, no campo e na cidade, atuantes em todas as esferas de poder, firmando a nossa posição CUTista por um mundo mais justo e mais humano, um Brasil soberano e capaz de aliar crescimento econômico e distribuição de riquezas. Esse é o papel que pretendo desempenhar à frente dessa Central na Bahia, no momento em que o estado enfrenta a pior seca dos últimos 47 anos.

Ainda traçando um paralelo sobre o 2 de julho e a luta da CUT, tenho entendimento claro de que precisamos continuar defendendo o nosso país. Diante de uma crise financeira internacional, que atrai trabalhadores estrangeiros para o Brasil, temos que ter um olhar mais criterioso, como forma de proteger os postos de trabalho dos brasileiros e a forma de desenvolver mais o nosso parque industrial. A CUT tem que intensificar a luta por uma nova política desse segmento que interesse ao trabalhador do ponto de vista da melhoria de renda, valorização profissional e da execução do trabalho.

Interiorizar ainda mais a CUT e cuidar da formação político-sindical, combater a discriminação racial, assédio moral, combater o trabalho escravo, ampliar a luta pela reforma agrária, a ratificação das convenções 87 (autonomia e liberdade sindical), 151(garante a servidores públicos negociações coletivas) e 153 (inibe demissões imotivadas) da OIT (Organização Internacional do Trabalho), a defesa do meio ambiente, garantir recursos para a educação, tratar da segurança pública e o combate à corrupção. É preciso ainda combater o trabalho infantil e o trabalho escravo, bem como a exploração sexual e a ampla defesa por mais acesso à educação, saúde, cultura, meio ambiente, acessibilidade e outros aspectos que constroem a cidadania.

Com o espírito de luta do 2 de julho, conclamo toda a base de militância CUTista para que vá às ruas, com as bandeiras de luta de cada categoria em particular e do mundo do trabalho em geral.

Histórico - O dia 2 de Julho é uma data máxima para a Bahia, marco da consolidação da vitória do Brasil contra Portugal e da liberdade política do jugo Português. Nesse dia os baianos saem às ruas num cortejo de fé e celebração democrática, que abraça todas as legendas políticas e todas as manifestações religiosas. O desfile sai da Lapinha de manhã e percorre as ruas do Centro Histórico levando a multidão até o Campo Grande.