A eleição de Cláudia Sheinbaum à Presidência da República do México não é apenas um marco histórico no país da América Central, é uma revolução em si mesma. Para além de ter sido eleita num país que faz divisa com os EUA, símbolo do imperialismo neoliberal mundial, ao tornar-se a primeira mulher presidente do país, Cláudia rompe barreiras não apenas de gênero, mas de ideologias e conceitos preconcebidos. Ela não é apenas uma mulher eleita; é uma líder multifacetada, cuja jornada inspira e desafia as normas estabelecidas. 

Sheinbaum é uma voz progressista em um mundo marcado por desigualdades e injustiças. Sua identidade como judia e sua postura pró-Palestina desafiam as narrativas dominantes, principalmente dos EUA, demonstrando um compromisso genuíno com a justiça global e a solidariedade internacional. Como socialista e anti-imperialista, ela representa um banho de esperança para quem há muito luta contra as estruturas de poder neoliberalistas, anti-ambientalistas e, consequentemente, opressivas. 

Sua formação como cientista climática adiciona uma dimensão crucial a seu mandato. Enquanto líder, ela não apenas reconhece, mas enfrenta os desafios urgentes das mudanças climáticas, colocando a proteção do meio ambiente no centro de sua agenda política. Essa abordagem holística não só beneficia o México, mas reverbera globalmente, ressoando com os esforços de organizações da classe trabalhadora, como, por exemplo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que desde o início de sua trajetória luta por uma agenda mais sustentável, inclusiva e feminista. 

A eleição de Cláudia Sheinbaum é um chamado à ação para as mulheres da classe trabalhadora e para os movimentos feministas em todo o mundo, principalmente na América Latina. Sua ascensão ao poder não apenas prova que é possível quebrar as barreiras impostas pelo patriarcado e pelo capitalismo, mas também reafirma a importância da representação feminina nos espaços de poder. Para as mulheres da CUT e para as mulheres de todas as esferas da sociedade, ela é um símbolo de esperança e inspiração, mostrando que a luta vale a pena e que a mudança é possível, mesmo nos tempos mais desafiadores. 

A presidência de Cláudia Sheinbaum no México não é apenas uma vitória para o país, é uma vitória para todas as mulheres que se recusam a aceitar o statu quo, que ousam sonhar com um mundo mais justo e igualitário. Sua eleição é um lembrete poderoso de que, juntas, as mulheres podem e vão mudar o curso da história.

Por Amanda Corsino- SNMT da CUT