Neste dia 25 de maio, quando se comemora o Dia da África, a CUT, em nome de 23 milhões de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, negros e brancos, rende homenagem à sua Mãe, a este imenso continente, que abriga 54 países independentes, é o segundo mais populoso – cerca de 900 milhões de pessoas – e o terceiro mais extenso do planeta. É, também, um continente cujo povo sofre as mazelas da pobreza e da instabilidade política e econômica.

A Nação brasileira deve muito ao povo africano. Arrancados de seu meio e levados para terras longínquas para serem sujeitados ao trabalho escravo, os negros africanos acabaram por se tornar responsáveis pela sustentação econômica, durante quatro séculos, de muitos países, entre eles o Brasil, que se utilizou da mão de obra escrava primeiramente nas plantações de cana de açúcar, posteriormente nas minas de ouro, diamantes e, finalmente, já no século XIX, no plantio de café.

Mas a contribuição africana foi infinitamente maior do que o viés econômico. Foi cultural, social e histórica. Devemos à diáspora africana, portanto, a nossa identidade. Uma dívida que o Brasil vem reconhecendo nos últimos anos, a partir da presença de um trabalhador no governo do país e que se expressa em ações e políticas públicas a esse segmento da população brasileira, representado hoje por cerca de 100 milhões de afro-descendentes, e pelo crescente interesse na aproximação com os países da África.

Não foi por acaso que em 2011 a CUT realizou uma grande comemoração de 1º de Maio a partir do tema “Brasil-África, fortalecendo a luta da classe trabalhadora”, quando tivemos a honra de receber 14 delegações de países africanos, com o objetivo de dividir experiências, compartilhar iniciativas políticas, sociais e culturais, além de trocar relatos de lutas e vitórias da classe trabalhadora.

Instituído em 1972 pela ONU, o dia 25 de Maio é o Dia da Libertação da África, em reconhecimento à importância do encontro de 32 chefes de estado africanos realizado em 25 de maio de 1963 na Etiópia, contra a subordinação que o continente sofria há séculos. Nessa reunião, os líderes criaram a OUA (Organização da Unidade Africana), hoje União Africana. A luta contra o apartheid foi um importante passo para a democracia e são visíveis os avanços na conquista de direitos da África. Contudo, em consequência das investidas neoliberais, é essencial investir  para garantir igualdade e justiça para todos.

A data simboliza a continuidade da luta e o combate dos povos do continente africano pela sua independência e emancipação. Representa a memória coletiva do seu povo, com o objetivo comum de unidade na luta para o desenvolvimento econômico do continente. Luta com a qual o povo brasileiro se irmana e se solidariza. Salve, Mama Africa!