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1º de Maio: Ação sem aglomeração

Publicado: 30 Abril, 2020 - 00h00

Para quem se acostumou com a classe trabalhadora tomando as ruas no 1˚ de maio, data que marca internacionalmente a nossa luta diária, este ano será diferente. Cientes da nossa responsabilidade diante da pandemia do Coronavírus, não contribuiremos para a disseminação do problema e nem criar aglomerações. Aliás, nesta crise mundial, está novamente provado que nós, trabalhadores e trabalhadoras, somos parte da solução.

Neste 1˚de maio de 2020 seremos especialmente solidários com profissionais que muitas vezes passam despercebidos pelas elites. Autônomos, informais, eventuais e os recém-desempregados, muitos destes enfrentando enormes filas em troca de um auxílio emergencial para garantir o básico em suas vidas. São os mais vulneráveis neste cenário em que reafirmamos a luta por Saúde, Educação, Saneamento e Emprego como essencial.

Também não podemos esquecer daqueles que mesmo durante a pandemia precisam sair do isolamento e trabalhar para manter a sociedade de pé. Dos profissionais da saúde, operários das fábricas, funcionários de supermercados, garis, entregadores… É pela segurança de vocês e de todos nós que o 1˚ de maio deste ano não será celebrado na rua, o que não significa que passará invisível.

Através da união de diversos movimentos sociais, o Armazém do Campo criou o Marmita Solidária, que distribuirá 500 marmitas para a população em situação de rua no Centro do Rio. Também estaremos nas redes sociais com ações para relembrar a classe trabalhadora da sua trajetória de lutas. Desde o início do isolamento social, temos utilizado esta ferramenta para interagir com nossos pares, e contar histórias dos profissionais que têm se dedicado para manter os serviços essenciais em funcionamento.

Os desafios desta quarentena se apresentam dia após dia e os efeitos para a classe trabalhadora podem ser devastadores. Principalmente por termos um governo que insiste em criar a falsa disputa entre Salvar Vidas x Salvar Empregos. Este Projeto Bolsonaro, endossado desde o princípio pelos setores neoliberais da política, que agora tentam pular fora do barco, ainda insiste em nos jogar em uma crise política para além da sanitária. Nos colocamos frontalmente contra as medidas deste desgoverno, que busca se aproveitar da pandemia para retirar direitos dos trabalhadores e desmontar empresas públicas.

Como professora e representante da educação, destaco nossos embates frente ao ensino não presencial sendo considerado dia letivo. Ainda que a manutenção do vínculo seja importante, e no caso das escolas particulares funcione como proteção para empregos, ela também é excludente, sobretudo na rede pública, onde a maioria dos estudantes não tem acesso à internet. Embora os professores estejam trabalhando muito mais por conta dos desafios da educação å distância, na rede privada ainda vivem constantemente a insegurança de terem seus salários reduzidos ou suspensos, graças à MP936.

É muito importante que hoje nós firmemos uma posição: não aceitaremos que a conta desta crise sanitária, econômica e ainda política recaia sobre a classe trabalhadora! Por isso defendemos a Renda Emergencial. Por isso defendemos a Taxação de Grandes Fortunas. E é por isso que estamos juntos mais uma vez. À distância, mas mostrando que nossa luta segue e seguirá firme.