Escrito por: Redação CUT | texto: André Accarini

CUT leva pautas por inclusão e trabalho digno à 4ª Conferência Nacional LGBTQIA+

Até o 24/10, conferência definirá diretrizes para políticas públicas que enfrentem a discriminação e garantam direitos à população LGBTQIA+

Governo Federal

A CUT está em Brasília para participar da 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, que acontece até 25 de outubro de 2025. O evento, cuja abertura oficial ocorre na noite desta terça-feira (21), reúne cerca de 1.500 pessoas no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). Trata-se de um espaço de diálogo entre governo, movimentos sociais e sociedade civil para propor novas políticas públicas de inclusão, enfrentamento à violência e promoção dos direitos humanos dessa população.

A CUT levará à conferência suas demandas históricas por políticas de inclusão e respeito à diversidade no mundo do trabalho, reforçando o papel das entidades sindicais na defesa de direitos e na luta contra a discriminação e o assédio que atingem pessoas LGBTQIA+ em diversos setores.

“A pauta do trabalho digno para a população LGBTQIA+ é central. Garantir emprego com direitos, proteção sindical, igualdade de oportunidades e respeito à identidade de gênero e orientação sexual são pontos estratégicos que a CUT vai defender nos debates e grupos de trabalho da conferência”, afirma o secretário nacional de Políticas LGBTQIA+ da CUT, Walmir Siqueira.

A expectativa, de acordo com o dirigente, é de que o debate contra o preconceito e a discriminação na sociedade saia fortalecido com a realização deste importante espaço democrático, recuperado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva

“A conferência deveria ter acontecido em 2018, mas foi cancelada pelo governo golpista de Michel Temer. Depois, nos quatro anos seguintes, qualquer possibilidade de diálogo e de avanços em nossas pautas se tornou impossível com Bolsonaro”, lembra Walmir.

Um espaço de debate e construção de políticas públicas

Com o lema “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”, a conferência marca a retomada da agenda participativa e o fortalecimento do diálogo entre Estado e sociedade civil. Desde o início do ano, o processo conferencial mobilizou mais de 21 mil pessoas em 26 estados e no Distrito Federal, em 150 atividades preparatórias.

As etapas estaduais e regionais formularam diretrizes que agora chegam à etapa nacional. Entre os eixos principais estão:

Esses temas orientarão os grupos de trabalho (GTs) e as deliberações da plenária final, que encerrará o evento no dia 24. As propostas aprovadas deverão subsidiar o Plano Nacional de Promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania LGBTQIA+, em construção pelo governo federal.

Educação e combate à violência

O debate sobre o ambiente escolar também terá destaque. Dados recentes reforçam a urgência de ações concretas: 80% dos professores da rede pública afirmam ter presenciado bullying, e metade dos 395 mil docentes entrevistados relatou episódios de discriminação em sala de aula.

A “Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil” aponta ainda que 73% dos estudantes LGBTQIA+ já sofreram agressões verbais ou físicas, enquanto 36% foram vítimas de violência física devido à orientação sexual ou identidade de gênero. Esses dados, segundo especialistas, refletem a ausência de políticas institucionais consistentes e impactam diretamente o desempenho escolar e a permanência dos alunos.

Programação e expectativa

A programação prevê aula magna, painéis temáticos, plenárias e atividades autogestionadas com a presença de delegadas, observadoras, gestores públicos, representantes de movimentos sociais, empresas e organismos internacionais.

A abertura oficial ocorrerá neste dia dia 21 de outubro, às 19h, com a presença de autoridades federais e representantes de entidades da sociedade civil. Os dias seguintes serão dedicados a debates nos grupos de trabalho e à elaboração de propostas, culminando na plenária final em 24 de outubro.

Compromisso da CUT

A participação da CUT reafirma o compromisso histórico da Central com a defesa dos direitos humanos, da democracia e da diversidade. A entidade reforça que o combate à discriminação e à violência no trabalho passa pela construção de políticas públicas estruturadas, formação sindical e engajamento das categorias.

Recentemente, no 6º Encontro Nacional do Coletivo LGBTQIA+ da Central, sindicalista de todo o país participaram de atividades de caráter formativo que reforçaram a preparação da CUT  para as lutas em defesa da população.

Leia mais: CUT realiza encontro formativo com foco em direitos humanos e inclusão

Ao integrar a 4ª Conferência Nacional LGBTQIA+, a CUT contribuirá para fortalecer o diálogo entre o movimento sindical e os espaços institucionais de formulação de políticas públicas, em defesa de um Brasil mais justo, plural e igualitário para todas as pessoas.