Paralisação de 24 horas termina nesta quarta-feira (24)
Os cerca de 350 portuários que atuam no Terminal Portuário de Vila Velha (Login-TVV) estão em greve desde as 7 horas desta terça-feira, dia 23, e assim vão permanecer até as 7 horas de quarta-feira, completando 24 horas de paralisação. Caso não haja avanço nas negociações, a categoria fará nova greve, nos dias 30 e 31 de agosto (48 horas), também a partir das 7 horas, segundo o sindicato que representa a categoria, o Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES).
Durante o dia, participação dos trabalhadores em frente ao portão principal da empresa. As atividades de operação, envolvendo carga e descarga de contêineres e conferência de mercadorias, além do setor administrativo, estão paradas.
Além dos trabalhadores da orla portuária, com vínculo e avulsos, participaram da manifestação o presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-ES), Jasseir Alves Fernandes, Via Campesina e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
O clima da manifestação é pacífico, e os trabalhadores esperam que a empresa faça uma proposta que atenda aos portuários.
“Não podemos pagar a conta da crise, mais do que já estamos sendo penalizados, com várias demissões, muitas, inclusive, de trabalhadores doentes, como o sindicato já denunciou”, disse o presidente do Suport-ES, Ernani Pereira Pinto.
Os trabalhadores também estão revoltados com a escala de turno fixo, imposta pelo TVV e totalmente reprovada pela categoria.
Reivindicações
O Suport-ES reivindica reposição salarial de 9,98% (março), segundo o INPC-Dieese, e a empresa oferece 5%, divididos em duas vezes.
Propostas absurdas
TVV propôs suspender o adiantamento quinzenal, o 13º e empréstimos de férias, além de ter imposto alteração da escala de trabalho de forma unilateral para os que trabalhavam em turno de revezamento. Agora com escala de turno fixo, o trabalhador não pode flexibilizar os horários, o que interfere na vida social e familiar do empregado.
Opiniões
“O Suport-ES é um sindicato de luta e não se omitiu, tomando um posicionamento em defesa dos trabalhadores. Os empresários tentam colocar nos trabalhadores uma responsabilidade que é deles. Quem paga o salário do trabalhador é o próprio trabalhador”
Jasseir Alves Fernandes, presidente da CUT-ES.
"Existe uma crise, mas não é o trabalhador que vai pagar esse pato. As empresas são obrigadas a dar pelo menos a inflação do período. Os empresários têm que parar de querer mexer nos direitos do trabalhador. A categoria tem que estar unida”
Eduardo Guterra, presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP).
“O TVV fez uma proposta abaixo da inflação e ainda parcelou em duas vezes, piorando ainda mais a situação. Não podemos aceitar isso. É o trabalhador que está no prejuízo e insatisfeito com a escala de turno fixo. Vamos continuar lutando contra esses abusos”
Ernani Pereira Pinto, presidente do Suport-ES.
“Essa greve no TVV, de novo, acontece por conta da intransigência da empresa em continuar cassando os direitos do trabalhador. Essa é uma luta por direitos humanos, pois o trabalhador está perdendo sua vida familiar por causa de uma escala já declarada ilegal. Isso é pirraça do TVV”
André Moreira, advogado do Suport-ES.