Escrito por: Valter Bittencourt e Flávia Silva - Imprensa CNM/CUT
Representantes dos trabalhadores no GrupoSchaeffler no Brasil estiveram na Alemanha entre os dias 22 e 28 de novembro,participando de um intercâmbio, junto aos colegas sindicalistas que representamos trabalhadores nas empresas do grupo na Alemanha.
O intercâmbio foi mais um avanço das ações darede sindical de trabalhadores no Grupo Schaeffler, que foi iniciada em abrilde 2009 com a visita de uma delegação alemã ao Brasil. "Na época a redefoi fundada e vários encaminhamentos foram dados. Um deles previa que osbrasileiros pudessem conhecer como a empresa é organizada em seu país de origeme entender melhor como o sindicalismo acontece na Alemanha", disse aassessora da CNM/CUT, Flávia Silva, responsável pelo acompanhamento daorganização de redes sindicais por empresa e que acompanhou o grupo durante aviagem. Ao todo, a delegação brasileira contou com cinco trabalhadores, sendodois de Sorocaba, um de Salto, um de Manaus e um representante de São Paulo.
A programação do evento contemplou visitas àsplantas da INA e FAG bem como o encontro com os diretores de RH nas respectivasplantas. A delegação também participou como ouvinte da reunião da comissão defábrica da maior planta da FAG na Alemanha, em Schweinfurt. Segundo Valdeci daSilva, secretario-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, éimpressionante ver como se dá a relação entre patrões e empregados dentro daSchaeffler. "As diferenças existem, mas há espaço para o trabalhosindical, que é respeitado e valorizado dentro das plantas", afirmou.
A legislação alemã estipula a organização nolocal de trabalho como representação obrigatória. "Pudemos perceber queacontece uma verdadeira cogestão. Há assuntos sobre os quais a empresa não podedeliberar sem o diálogo com a comissão de fábrica, como por exemplo, asdemissões e contratações", disse Silva.
Também foi realizado um seminário na sederegional da DGB (central sindical alemã), em Schweinfurt. No encontro, adelegação pôde conversar com o presidente do Conselho Europeu de Trabalhadoresno Grupo Schaeffler, que informou sobre o andamento dos compromissos firmadosentre a Sra. Schaeffler e o sindicato metalúrgico alemão IG Metall no recenteperíodo de crise mundial.
"Houve também a visita a uma instituiçãosocial privada sem fins lucrativos como forma de entendermos que apesar doconceito mundial de país rico e sem problemas sociais, há pessoas que nãoconseguem viver com dignidade e recorrem ao apoio de entidades como essa,chamada Tavolla. Aí as pessoas podem comprar por um valor irrisório o que seriapago bem mais caro em um supermercado qualquer", explicou Flávia Silva.
Segundo os participantes, o intercâmbioconsolidou ainda mais a rede dos trabalhadores no Grupo Schaeffler e algunsobjetivos foram traçados. Dentre estes, o aprimoramento na constância de trocade informações, uma bandeira única de luta e o reconhecimento da rede por parteda empresa.