Escrito por: William Pedreira
Intervenção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Suzano reverteu situação de precariedade em obra na região
Em Suzano (SP), mais um caso de trabalhadores da construção civil vítimas da terceirização. A Nadir Figueiredo e Melhoramento Papéis contratou para a obra de ampliação das suas indústrias a empresa Prandini & Mizutani Construções S/A. Esta sub-empreitou a obra para a Carvalho Lima, que para o serviço contratou cerca de 60 trabalhadores, a maioria vindos do Maranhão e Piauí.
No sábado (3), em inspeção realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Suzano, foi constatado que os operários estavam alojados em situação precária, amontoados em quartos sem janela, paredes com infiltrações e instalação elétrica com fios descascados. Só para se ter um parâmetro, 12 homens dividiam um dormitório.
Após matéria divulgada no site da CUT, a Prandini & Mizutani encaminhou nota na qual informa que ficou sabendo da precariedade ‘somente a partir do noticiário, já que a empresa responsável pelo grupo de trabalhadores, até então alojados precariamente fora do canteiro de obras, é terceirizada’.
Esta é uma evidente demonstração da falta de responsabilidade das empresas que não certificam se a sua contratada está assegurando os direitos dos trabalhadores terceirizados. São casos como este que exacerbam a urgente necessidade de regulamentação da terceirização no sentido de avançar no combate a precarização do trabalho com as empresas contratantes se responsabilizando pelas condições de trabalho oferecidas pelas empresas contratadas.
Depois de toda a repercussão, a construtora retirou os trabalhadores dos alojamentos precários e os transferiu de forma definitiva para pensões e hotéis na região.
“O Sindicato se reuniu ontem com representantes da Prandini & Mizutani que assumiram todos os compromissos de resolução da problemática. Já no domingo (4) iniciaram a realocação dos trabalhadores conforme a norma de quatros pessoas por quatro, garantindo alimentação e moradia digna aos operários. Há garantia também do pagamento do 13º ainda hoje com os cálculos de multa. Vamos continuar mobilizados, averiguando o andamento da obra. Os trabalhadores já relataram que a situação está muito melhor do que anteriormente”, destaca Luiz Carlos de Queiroz, vice-presidente da Conticom (Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira).