Escrito por: Flaviana Serafim - CUT/SP
CUT-SP promove neste sábado (28), em Lucélia, atividade em defesa da reforma agrária no Estado
Acontece neste sábado (28) no município de Lucélia, a 574 km da capital paulista, um ato em defesa da reforma agrária no estado de São Paulo. A concentração será a partir das 10h no centro da cidade.
A mobilização conta com apoio da CUT Estadual São Paulo; dos sindicatos dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região; dos Metalúrgicos do ABC; dos Químicos do ABC; da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (FERAESP), além de diversos movimentos sociais.
De acordo com José Rainha, líder do MST da Base, a mobilização é histórica porque, na prática, é a primeira aliança entre os trabalhadores da cidade e do campo na luta por reforma agrária. “Sem essa aliança entre operários e camponeses não vamos fazer reforma agrária no Brasil e nem construir o socialismo no país”, avalia. “Precisamos avançar na reforma agrária. E para isso o governo precisa recuperar as usinas falidas e recuperar as terras públicas não só no Pontal do Paranapanema, mas também na região de Bauru”, defende Zé Rainha.
O secretário de Meio Ambiente da CUT/SP, Aparecido Bispo, explica que a região tem várias usinas em recuperação judicial, com irregularidades no depósito do FGTS, no pagamento do INSS e atrasos constantes no salário dos cortadores e cortadoras de cana. Entre as usinas estão a Floralco, em Florada Paulista; a Usalpa – Usina Alta Paulista, em Junqueirópolis; e a Decasa Açúcar e Álcool S/A, em Marabá Paulista. “As usinas simplesmente dizem que estão no ‘vermelho’ e que tentam manter os empregos. Existem, inclusive, usinas em terras públicas como é o caso da Decasa, onde trabalhadores estão há quatro anos sem FGTS”, relata o dirigente.
O secretário cutista alerta, ainda, para a perseguição sofrida tantos pelos trabalhadores que fazem greve contra os atrasos salariais, como pelos dirigentes que denunciam as irregularidades. Houve até demissão de sindicalistas, reintegrados ao quadro das empresas após medidas judiciais. “As usinas que estão em terras públicas e também os latifúndios poderiam ser destinados à reforma agrária, mas o governo faz vistas grossas”, critica o dirigente.