O Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (Sinttel-Rio) formalizará ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) pedido para que exerça uma fiscalização rigorosa e urgente nas empresas de call center do Rio de Janeiro para apurar abusos e excessos nas punições contra os trabalhadores.
A decisão do Sindicato de recorrer ao órgão se deve ao elevado número de demissões por justa causa e de denúncias, comprovadas pelos dirigentes sindicais, de advertências escritas e suspensões de até seis dias por motivos banais. A denúncia ao Ministério do Trabalho será acompanhada de um dossiê e um relatório minucioso sobre o excesso de punições.
Algumas das advertências e suspensões são aplicadas sem qualquer critério. Os motivos das punições vão desde um questionamento sobre os procedimentos e um número de idas ao banheiro acima do que os supervisores entendem como necessário, até reclamações gerais.
"A demissão por justa causa é generalizada, se tornou banal e vem se alastrando como praga dentro dos centrais de atendimento de todas as empresas, desde a multinacional Atento até as menores como PC Service, Tivit, Vidax e outras", protesta Virgínia Berriel, diretora de negociações coletivas do Sinttel-Rio.
VIDAX RECORDISTA
Segundo Virgínia, a recordista nessa prática, pelo menos em setembro, é a Vidax. Somente nos primeiros dez dias do mês a empresa já dispensou cinco trabalhadores por justa causa. "Algo está errado", observa a diretora. Para ela, o excesso de punições tem por finalidade justificar as demissões.