Escrito por: Sinergia CUT
Empresa do Grupo Rede Energia demite representante sindical. Sindicato repudia a atitude e faz denúncia no MPT
Os trabalhadores da Empresa Elétrica Bragantina (EEB), empresa do Grupo Rede, participaram na manhã desta quinta (23) de uma assembleia realizada pelo Sinergia CUT em protesto à demissão do eletricista de rede Samuel Oliveira Carvalho, eleito pelos trabalhadores neste ano de 2012 como representante sindical. Apesar da conquista dos votos dos companheiros de trabalho, estranhamente a empresa não reconheceu a legitimidade do processo. Samuel também foi vice-presidente da CIPA na gestão 2011/2012, eleito com o maior número de votos na história da EEB. Sua gestão terminou no último mês de julho.
Ironicamente, no mesmo período em que os gestores dispensaram o companheiro eleito democraticamente pela categoria, a EEB promovia a 29ª Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho, estampando na entrada da empresa uma faixa com os dizeres: “Por que arriscar? Segurança em primeiro lugar”. Apesar da importante mensagem direcionada aos trabalhadores, a própria empresa tem colocado a categoria em risco com práticas antissindicais e assédio constantes.
“Quem não tem liderança, utiliza-se do assédio moral para intimidar os companheiros. Não podemos aceitar a coação. Este é um movimento pacífico para demonstrar a nossa indignação em relação à perseguição àqueles que estão lutando por condições mais seguras de trabalho”, afirmou o Secretário Geral do Sinergia CUT, Carlos Alberto Alves.
“Em 26 anos de Grupo Rede, é a primeira vez que vejo demissão de representante sindical por justa causa. Está uma bagunça muito grande. As pessoas que estão fazendo a gestão na Bragantina não têm capacidade. Estão sacrificando os trabalhadores.”, alertou Edmar Feliciano da Silva, presidente do Sindprudente – Sindicato que integra o Sinergia CUT.
Perseguição, assédio e demissões na Bragantina
O que vem sendo constatado entre os trabalhadores e denunciado ao Sindicato é a prática da atual gestão da EEB de perseguição e assédio moral contra trabalhadores que se dispõem a lutar pelos direitos e interesses da categoria. Esse parece ser o caso de Samuel. Atento e sempre no combate às injustiças e às práticas antissindicais, o eletricista vinha passando por constantes constrangimentos e sofrendo retaliações. Prova disso é que, antes de ser demitido, chegou até a ser trocado de função e, como dito antes, não foi reconhecido pela empresa como representante sindical eleito.
E, de acordo com denúncias contra a gerência da empresa, nos últimos três meses, todos aqueles que demonstraram uma maior afinidade com o Sindicato, lutando pelos direitos dos trabalhadores, estão sendo assediados moralmente para que se mantenham à distância do movimento sindical. Detalhe: outras duas demissões ocorreram na Bragantina entre início de julho e 13 de agosto. O Sinergia CUT já está tomando as devidas providências. Segundo levantamento do Sindicato, de janeiro a agosto foram registradas 15 demissões só na Bragantina.
Para a direção do Sindicato, com tais atitudes, além de desrespeitar pessoas, a Bragantina deixa de levar em consideração o que o próprio Grupo Rede Energia (do qual a EEB faz parte) prega e escreve como sendo alguns de seus VALORES:
• “Integridade – respeito ao moral, aos bons costumes, às leis, a si próprio e ao próximo.
• Responsabilidade – bem cumprir os deveres para com a sociedade, a família e a empresa” (trechos do texto sobre Missão, Visão e Valores, disponível no site da empresa).
Basta!
O Sindicato enviou carta para a Bragantina repudiando a sua atitude e pedindo a desconsideração da demissão. Além disso, denunciará a empresa no Ministério do Trabalho e na Gerência Regional do Trabalho (GRT) e solicitará a reintegração do trabalhador demitido.