Escrito por: Sindilimpeza Baixada Santista

Sindilimpeza Baixada Santista: Trabalhadores...

 

Os 230 trabalhadores da empresa Sanurban Saneamento Urbano e Construções Ltda., que prestam serviços de coleta de lixo nas cidades de Praia Grande e São Vicente, decidiram, em assembleia realizada no dia 07 de abril, retornar ao trabalho e aguardar o resultado da Audiência de Instrução e Conciliação marcada para a próxima semana, dia 14 de abril,  no Tribunal Regional do Trabalho - TRT/SP.


A decisão de retomada às atividades surgiu em virtude de uma liminar expedida pelo TRT/SP que determinou o retorno imediato de 80% dos trabalhadores. Porém, o Sindicato e os empregados da empresa, resolveram retornar ao trabalho não em 80%, mas sim com 100% dos trabalhadores, estabelecendo, contudo, fazer a jornada de oito horas, com uma hora de intervalo para almoço - como reza o contrato de trabalho.


No dia 02 de abril, durante assembleia, os trabalhadores decidiram entrar em greve a partir do dia 06, às 18 horas caso a Sanurban não substituísse os caminhões de coleta que se encontram em péssimo estado de uso, com total falta de segurança, que colocam constantemente a vida dos trabalhadores e da população em risco.


Há um bom tempo os trabalhadores vêm trabalhando em péssimas condições de trabalho. Na última semana, faltou freio em um dos caminhões de coleta na descida da Ilha Porchat. Como se não bastasse, o mesmo foi substituído, porém a barra de direção quebrou e por pouco não ocasionou um acidente fatal.


Foram várias as tentativas de negociações com a empresa, uma vez que a saúde do trabalhador está sendo prejudicada pela falta de segurança e também com a sobrecarga de trabalho. Segundo o contrato firmado com a prefeitura, os caminhões deveriam sair com quatro coletores e, no entanto, em averiguação realizada pelo Sindicato, verificou-se que havia caminhões saindo das garagens com um e dois coletores apenas.


O afastamento de vários trabalhadores (cerca de 28%) e o não preenchimento das vagas vêm acarretando sobrecarga de trabalho aos que estão na ativa e que acabam tendo a saúde prejudicada, uma vez que para dar conta da demanda acabam cumprindo jornada de até 12 horas de trabalho.  Com a carga excessiva de trabalho muitos trabalhadores acabam passando mal e sendo obrigados a procurar serviço médico.


O Sindilimpeza - Sindicato dos Trabalhadores nas empresas de Asseio e Conservação de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Praia Grande, São Vicente e Santos - está contestando a liminar, uma vez que acredita que é iminente a ocorrência de problemas sérios, caso não haja a imediata substituição dos caminhões: "Nós voltamos ao trabalho com 100% dos trabalhadores, mas é preciso resolver a situação o mais rápido possível. Hoje mesmo os trabalhadores que saíram com um dos caminhões já tiveram problemas com o câmbio, pois não estavam entrando as marchas devidamente. Isso mostra que as nossas reivindicações são justas. Nós queremos evitar acidentes mais graves e garantir a segurança e integridade física dos nossos companheiros e também da população. Levaremos as reivindicações ao TRT e esperamos que compreendam os motivos que nos levaram a mobilizar os trabalhadores", afirma o presidente da entidade - Djalma Sutero da Silva.


Além disso, a diretoria do Sindicato entende que é fundamental a criação de uma comissão de trabalhadores para organização do trabalho com o objetivo de fiscalizar, diariamente, a manutenção dos veículos.


O Sindicato já encaminhou as denúncias sobre a situação ao Ministério do Trabalho.