Escrito por: CUT/DF

Sindicato dos Urbanitários no DF completa...


O Sindicato dos Urbanitários no DF, conhecido por sua aguerrida combatividade, ironicamente nasceu de uma iniciativa do corpo gerencial das empresas de energia elétrica estabelecidas no Distrito Federal. No fim de 1983 - quando a ditadura militar agonizava -, preocupados em criar um sindicato que se sujeitasse a elas, a diretoria da Eletronorte (formada por coronéis do Exército) e da CEB entraram em ação para estimular a criação de uma entidade sindical. O assessor da presidência da Eletronorte, Paulo Luiz Silva Araújo Sampaio, ex-coronel do Exército, foi incumbido dessa tarefa. Assim, em janeiro de 1984 foi fundada a Associação dos Eletricitários - ASSEB, uma entidade pré-sindical que depois viria a se tornar o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica do Distrito Federal (Sinebra).

Paulo Sampaio, obviamente eleito o primeiro presidente da Associação - o vice, Antônio de Pádua Loures Pereira, era da CEB - conduzia a entidade da forma mais antidemocrática possível, apenas comunicando aos trabalhadores o que era decidido pelas empresas.

Trabalhadores que combatiam a ditadura apoiaram a criação da Associação e até pessoas do campo da esquerda participaram, a exemplo de Lúcia Maria de Paiva e Erenice Alves Guerra. Esse grupo participava das reuniões da ASSEB com direito a voz. Em uma das reuniões, o presidente Sampaio foi vencido em uma votação e decidiu renunciar naquela mesma hora, assumindo o cargo o vice-presidente Antônio de Pádua. A partir daí, começaram a ser realizadas assembleias para discussão de pautas e outras questões.

A Carta Sindical foi entregue à Associação dos Eletricitários em maio de 1985. Estava criado o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica do DF, que realizou sua primeira eleição em novembro daquele ano. Foi formada então uma chapa que tinha como presidente um trabalhador de Furnas - Nazário Moreira Neto; o vice era empregado da CEB e o tesoureiro, da Eletronorte. Os outros cargos eram da Eletronorte ou da CEB. A posse da primeira diretoria eleita ocorreu em dezembro de 1985.

Oito meses depois, durante reunião em que se discutia a campanha salarial da Eletronorte, o presidente do Sindicato renunciou, decisão tomada também pelo tesoureiro alguns dias depois. Naquele instante, com o novo presidente - Antônio Rodrigues do Amaral, da CEB - nascia um sindicato novo e diferente, onde todos participavam com os mesmos direitos, embora a estrutura fosse presidencialista.

De Sinebra a Sinergia, de Sinergia a STIU-DF
A sigla "Sinergia-DF" foi adotada no I Congresso dos Eletricitários (Conel). Em maio de 1998, o V Conel deliberou que a entidade passaria a denominar-se Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas, nas Atividades de Meio Ambiente e nos Entes de Fiscalização e Regulamentação dos Serviços de Energia Elétrica, Saneamento, Gás e Meio Ambiente no DF, ganhando a sigla STIU-DF. A certidão que oficializou a mudança foi expedida pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 14 de maio de 1999. Há dez anos, portanto, os eletricitários do DF são representados pelo STIU-DF.

Filiação à CUT
Em 18 de maio de 1990, o então Sinebra filiou-se à Central Única dos Trabalhadores (CUT), por decisão da categoria em assembleias setorizadas.

Desafios presentes e futuros
O STIU-DF entende que, no plano estratégico, é preciso que os trabalhadores estejam organizados, mobilizados e preparados para enfrentar os ataques articulados pelo capital em crise e executados pelos governos "fantoches" de direita, pois a pressão contra o emprego e a renda, as reformas na legislação trabalhista e previdenciária e a repressão contra os trabalhadores certamente seguirão em pauta nos próximos anos.

Quanto às lutas específicas, o fortalecimento das estatais do setor elétrico, o fim da discriminação de trabalhadores, a consolidação das conquistas e ampliação de direitos, bem como a gestão democrática nas empresas e nos fundos de pensão apresentam-se como as principais bandeiras dos urbanitários, ensejando a continuidade de enfrentamentos que, embora já tenham proporcionado alguns avanços, tendem a ser longos e difíceis.