Escrito por: Redação CUT

Sindicato dos Jornalistas da Bahia convoca apagão presencial na imprensa nesta 4ª

24 horas só em home office. Todos devem suspender cobertura externa, não realizar entrevistas em estúdios ou por telefone e vídeo e não divulgar releases e atos do poder público, exceto utilidade pública

Sindjorba

Para alertar às autoridades quanto a urgência da imunização de jornalistas e radialistas contra a Covid-19, doença que já matou mais de 462 mil pessoas no Brasil, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), o Sindicato Trabalhadores  em Empresas de Radiodifusão e de Publicidade no Estado da Bahia (Sinterp-BA) e a Associação Baiana de Imprensa (ABI-Bahia) convocam as categorias em todo o estado para um apagão presencial da imprensa nesta quarta-feira (2).

“O protesto da categoria pretende mostrar às autoridades que resistem à vacinação dos jornalistas e radialistas o que significa a ‘essencialidade’ da imprensa e as consequências práticas de quando este trabalho presencial não é feito”, diz Moacy Neves, presidente do Sinjorba. O sindicalista diz que o adoecimento e morte de colegas tomou ares de uma tragédia dentro da tragédia.

Segundo Neves, 221 jornalistas morreram de Covid-19 no Brasil, 142 apenas em cinco meses de 2021. Na Bahia, 26 jornalistas e radialistas perderam a vida e mais de 400 adoeceram. O setor de comunicação é o terceiro com mais desligamentos por morte desde o início da pandemia, disse o dirigente.

#Apagão presencial

A proposta das lideranças sindicais é suspender a cobertura externa durante todo o dia, concentrando o trabalho em home office, não realizar entrevistas em estúdios e/ou por telefone e vídeo, além de não divulgar releases e atos do poder público (Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público), exceto notícias de utilidade pública.

Lista de prioridades

De acordo com o site do Sindjorba, no dia 18 de maio, compreendendo o grave quadro epidemiológico observado na categoria, a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), comitê formado pelo secretário Estadual de Saúde e secretários municipais, aprovou a inclusão dos profissionais de imprensa com mais de 40 anos e que estejam na linha de frente na lista de prioridade de vacinação contra a Covid-19 na Bahia. Porém, muitas prefeituras ainda não iniciaram a imunização deste grupo por conta de uma “recomendação” do Ministério Público Federal (MPF), feita no dia 19 de maio, para que estas não cumprissem a definição do comitê de gestores.

 “Desde que a CIB aprovou a imunização e o MPF recomendou o não cumprimento da decisão, cinco profissionais de imprensa vieram a óbito na Bahia, nas cidades de Feira de Santana, Juazeiro, Xique-Xique, Itamaraju e Santo Antonio de Jesus”, informa o presidente do Sinjorba. 

“É incompreensível a postura do Ministério Público, pois apesar de alegar o respeito ao Plano Nacional de Imunização, o órgão vai de encontro ao que preconiza o documento e o decreto federal 10.288, que tornou a imprensa serviço essencial durante a pandemia”, completa o dirigente se referindo ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, que em sua página 27 diz que dentre os objetivos da imunização, em um momento inicial, está a proteção da força de trabalho dos serviços essenciais. “Ora, se esse é um objetivo prioritário e a imprensa é serviço essencial, evidente que a recomendação do Ministério Público Federal está equivocada”, argumenta o dirigente.

Com informações do Sindjorba