Escrito por: Sílvia Medeiros/CUT-SC

Servidores municipais de São José (SC)...

Mais de mil trabalhadores/as ocuparam as principais ruas do município no primeiro dia de paralisação

As principais escolas e postos de saúde da quarta cidade mais populosa de Santa Catarina tiveram suas portas fechadas. O motivo é a paralisação por tempo indeterminado dos servidores municipais em protesto ao não reconhecimento e valorização por parte da prefeita Adeliana Dal Pont, para com a categoria que atende a população josefense.

A nova prefeita que assumiu no inicio de 2013, apresentou uma proposta de reajuste salarial aos servidores municipais de São José que não agradou a categoria, ela propunha um reajuste de apenas 4% na folha de pagamento ou aumento de 26% no Vale Alimentação. A proposta foi apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores Municipais de São José – Sintram, em assembleia no dia 16 de maio, aos servidores municipais. A proposta do executivo foi recusada pela categoria e todos decidiram entrar em greve a partir do dia 21 de maio.

A prefeita tentou desmobilizar a categoria e chamou uma reunião com os servidores na noite anterior ao inicio da greve, mas os servidores de São José estavam organizados e foram a reunião cobrar respostas a diversos pontos de negligência da prefeitura para com os trabalhadores do serviço público municipal. Em diversos itens Adeliana ficou sem dar respostas e a categoria ficou mais unificada.

No primeiro dia de greve, já na manhã do dia 21 de maio, os servidores organizaram panfletagens para explicar para população os motivos da greve. Ainda na tarde todos se reuniram no Centro de Eventos da cidade e apresentaram quais locais aderiram à paralisação. Após o balanço que avaliou uma adesão de cerca de 90% dos servidores, todos seguiram em passeata pelas principais ruas de São José até a sede da prefeitura.

Jumeri Zanetti, presidente do Sintram, ressalta que os servidores só voltarão ao trabalho quando o executivo apresentar uma proposta relevante. “A prefeita Adeliana colocou como escolha, ou reajuste do Vale Alimentação em 26% ou 4% de aumento salarial. Nós queremos mais do que isso. Queremos que seja pago no mínimo a reposição da inflação que esta acima de 7% e não aceitamos somente o aumento do Vale Alimentação em 26%, pois não são todos os trabalhadores que tem este benefício. Se ela não apresentar uma proposta melhor ficaremos parados por tempo indeterminado”, ressaltou Jumeri.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina, o município de São José é a quarta maior arrecadação do estado, porém em relação aos salários dos servidores, ocupa uma das últimas posições, tendo o seu salário mínimo inferior até ao estipulado a nível nacional. “Não vamos abrir mão dos nossos direitos é preciso que a prefeitura valorize os seus servidores, eles têm que no mínimo repor nossas perdas salariais e se abrirmos mãos dos nossos direitos, nós nunca mais recuperaremos”, destacou Valmor Paes da Silva, diretor do Sintram.