Escrito por: Diário do Povo - PI

Servidores cobram mudanças na gestão do...

 

A Central Única dos Trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí realizaram nesta segunda (6), manifestação contra a atual direção do Instituto de Assistência e Previdência do Estado do Piauí (Iapep). Servidores públicos da capital e interior se colocaram em frente do prédio do órgão, na rua 7 de Setembro, no Centro de Teresina, para protestarem contra a atual gestão que, segundo o comando da manifestação, é desorganizada.

O presidente da CUT no Piauí, Batista Honório, enumerou que as reivindicações mais importantes dos servidores que fazem uso do Iapep são: a existência de cotas de consulta e exames para conveniados criados pelas clínicas particulares para atender aos conveniados do plano estadual; a implantação do atendimento de urgência e emergência; a criação de um serviço de 0800 para marcação de consultas disponível para todo o Estado; manutenção do controle sobre a Climepi (braço do instituto responsável pela realização exames clínicos), que pode ir para a Secretaria de Saúde; ampliação do número de clínicas credenciadas e redução do número de conselheiros na Direção do Iapep.

"Estas reivindicações já foram encaminhadas para o diretor do órgão, Antônio Rufino Sobrinho, mas ele afirma que está tudo bem", disse Honório. Ele garantiu que as reivindicações agora seriam levadas ao governador Wellington Dias, com quem tentarão negociar. Segundo ele, uma reunião sobre esta pauta está marcada para amanhã, 8, novamente no prédio do Iapep.

O presidente da CUT reconhece que o plano de saúde dos servidores estaduais do Piauí é barato e de boa qualidade, mas precisa melhorar. O plano é dividido em Iapep Saúde, que cobre consultas e exames médicos, e Planta, para internação; ambos são descontados na folha de pagamento do servidor. "O plano é bom, não é caro. Só precisa ser melhor gerenciado. É preciso que haja mais agilidade na marcação de consulta", criticou Batista Honório.

Entre as reclamações dos manifestantes está também a falta de especialidades médicas em clínicas conveniadas ao Iapep no interior, como denunciou uma servidora pública vinda de Piripiri.

Sinte diz que serviço é de péssima qualidade
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí, Odeni Silva, foi mais incisiva nas críticas e lembrou que o Iapep tem cerca de "200 mil servidores conveniados ao instituto em todo o Estado, cujos descontos são feitos em folha e estão recebendo um serviço péssimo em troca". Odeni considera que muitos servidores "passam por humilhações" quando necessitam de atendimento médico.

"Muitas clínicas particulares só atendem ao número de cotas para o Iapep.

Passando disto, não atendem mais. Em alguns casos, os tratamentos são reduzidos a uma certa quantidade de sessões. No caso de fisioterapia, por exemplo, as clínicas só fazem cinco sessões pelo Iapep", contou a presidente do Sinte-PI.

Odeni Silva foi além nas denúncias. "Muitos servidores conveniados, ao tentar renovar a carteira do convênio, descobrem que estão devendo ao plano mesmo tendo o pagamento descontado em folha todos os meses. A dívida pode ser negociada, mas, mesmo assim, ainda enfrentam uma carência de 180 dias para poder voltar a usar os serviços." "O Iapep está mal na sua organização", critica Odeni Silva.