Escrito por: Vera Gasparetto

Seminário da Escola Sindical Sul amplia...

Socialismo só com democracia e participação popular, apontam palestrantes

 

Começou nesta quinta-feira (22) na Escola Sindical Sul, em Florianópolis – SC, o Seminário Nacional “Socialismo Vivo – o desafio de transformar a realidade”, com a presença de 150 pessoas da região sul do Brasil e de outras partes do Brasil. Na mesa de abertura, Claudir Nespolo representou a CUT-RS, falando que o movimento sindical tem a tarefa histórica de construir o socialismo. “Hoje fugimos dos temas tradicionais da plataforma de luta para tratar da nossa concepção do projeto de longo prazo.”

 

O presidente da CUT-SC, Neudi Giachini, disse que “o socialismo precisa ser debatido de forma mais ampla, por que não será feito num único país, até por que a globalização, marcada pelo consumo, atinge a todos”. Para ele o desafio do movimento é debater os fundamentos e princípios do socialismo para o Brasil. A Coordenadora Geral da Escola Sul, Sônia Vianna conclui a solenidade afirmando que o Seminário “coloca na pauta a utopia de uma sociedade humana, igualitária e justa, ambientalmente sustentável, sem fome e sem excluídos”.

 

O Doutor em Ciências Econômicas, Ladislaw Dowbor, e o Pósââ¬Âdoutor em Sociologia, Idaleto Malvezzi Aued debateram Do local ao global - Vida cotidiana: as possibilidades do socialismo no território num mundo globalizado.

 

Para Dowbor é preciso resgatar a chamada governança, a reapropriação da política, o resgate da dimensão pública da eleição, “hoje apropriada pelas grandes corporações”. Para ele o que existe são aspectos democráticos. “Resgatar o local é resgatar a base da sociedade. O poder local, os movimentos sociais e com o resgate do público, com sistemas participativos locais”. Na sua avaliação “um conjunto de vetores de transformação estão redefinindo as regras do jogo e estamos num momento realmente de grandes oportunidades”.

 

Aud apontou três grandes linhas para projetar o socialismo: a desnecessidade da classe capitalista, por que “para produzir temos trabalhadores capazes e aptos”. No dilema democracia ou revolução, para ele “a virtuosidade é que não temos caminhos, temos experimentos humanos, portanto ainda não temos a resposta”. Para concluir defendeu o diálogo com o capital, “porque hoje temos essa força que antes não existia, resultado de construções sociais. Para a democracia é fundamental a ocupação dos espaços públicos”.

 

O Seminário terá continuidade nesta sexta (23). Veja a programação:

 

23/9

 

9h – O novo homem e a nova mulher

Socialismo no cotidiano:
disputa de hegemonia e guerra ideológica na era midiática

Marcos Arruda -Economista e educador, Doutor em Educação. Coordena o Pacs (Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul). Consultor e autor de livros

 

Tatau Godinho -Militante do movimento de mulheres, Doutora em Ciências Sociais e assessora especial da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) da Presidência da República

 

DEBATE

13h30min - Democracia, Estado e Sociedade

Limites perspectivas da construção da democracia: Reforma ou Revolução?

Processo ou Ruptura?

Tarso Genro -Governador do Rio Grande do Sul. Advogado, duas vezes prefeito de Porto Alegre. Ministro da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça durante o governo Lula (a confirmar)

 

Artur Henrique da Silva Santos -Presidente da CUT Nacional. Técnico eletrotécnico e Sociólogo, formado pela PUC Campinas

 

DEBATE