Escrito por: CUT-RS

RS: Governo se reúne com educadores, mas não garante reposição salarial

Governador anunciou alterações no projeto de lei do reajuste, mais de 35 mil seguem não contemplados

CPERS Sindicato

Após pressão dos educadores e das educadoras, o governo Eduardo Leite (PSDB) anunciou, na tarde desta quinta-feira (16), alteração no projeto de pei do reajuste do Piso do Magistério para a direção do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS Sindicato).

Segundo o secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, o Executivo agora quer criar uma trava na absorção da parcela de irredutibilidade, garantindo o mínimo de 5,53% de reajuste para professores na ativa ou aposentados, que estavam de fora do antigo projeto.

No entanto, os 9998 inativos sem paridade e os 24.664 funcionários de escola (ativos e inativos) seguem não contemplados.

O secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lemos, afirmou que o novo projeto de lei com as alterações será protocolado na Assembleia Legislativa. A redação completa do PL não foi disponibilizada.

#ReposiçãoJá para TODA a categoria

O CPERS Sindicato segue defendendo a reposição salarial para professores(as), funcionários(as) e aposentados(as), que já perderam 52,6% do seu poder de compra para a inflação.

É importante frisar que a matemática imoral de Eduardo Leite continua: a grande maioria dos educadores(as) continuam pagando o reajuste do piso do magistério do próprio bolso.

Mais de 50% dos professores(as) ainda NÃO receberão o índice fixado pela Lei do Piso Nacional do Magistério.

Durante a reunião, a presidente do CPERS Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, reforçou a importância de garantir um reajuste linear para todos.

“Exigimos o reajuste para os professores(as) e funcionários(as) com os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. O governo ainda tem R$ 675 milhões em caixa do FUNDEB e deveria atender a esta reivindicação. Dinheiro tem”.

Helenir também afirmou que os funcionários de escola são servidores da SEDUC com plano de carreira próprio e reconhecidos pela LDB e, portanto, devem ser incluídos neste projeto.

A diretora do CPERS, Glaci Weber, professora aposentada, fez um desabafo sobre a situação dos inativos(as). “Nós somos da geração que educou a maioria da juventude que está aqui nesta mesa. O governo já tirou 14% do nosso salário na última reforma e agora ficamos quase sem valorização. É uma situação desesperadora”.

O 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, lembrou a enorme defasagem salarial da categoria. “Não podemos esquecer que estamos há 7 anos sem reposição e os funcionários de escola são os mais atingidos. Mesmo com o reajuste do salário mínimo regional, não será o suficiente”.

Também participaram da reunião a secretária da Educação, Raquel Teixeira, o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, os diretores do Cpers, Alda Maria Souza, Leonardo Preto Echevarria, Rosane Zan e o advogado Marcelo Fagundes.

A pressão continua

A presidente do CPERS chama a categoria para a unidade na luta. “O Sindicato realizará ato público e vigília na próxima terça-feira (21), às 9h, em frente ao Palácio Piratini. Estaremos pressionando o governo e os deputados da base para garantir a reposição para TODA a categoria!”, convocou Helenir.

 

Fotos: CPERS Sindicato