Escrito por: Professores denunciam autoritarismo do governo estadual e reivindicam reajuste e diálogo
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Santa Catarina (Sinte-SC) lidera desde o dia 5 de março uma greve da categoria em defesa de melhores condições de trabalho e reajuste salarial, além da abertura do diálogo por parte do governo Luiz Henrique. Mas, em vez de conversa, o governador tem radicalizado na sua intransigência, criminalizando o movimento, denuncia Ana Júlia, secretária geral do Sindicato.
De acordo com a sindicalista, uma das principais reivindicações dos grevistas é a incorporação do abono conquistado durante a paralisação de 2006 e sua incorporação na tabela de vencimentos dos professores. Além disso, a categoria defende o reajuste de 6,8% para chegar ao piso de R$ 650,00 e uma política de escalonamento rumo aos R$ 950,00, que é o piso nacional.
Conforme balanço realizado pelo comando de greve, entre 25% e 30% dos professores já cruzaram os braços no Estado e a tendência é de que protesto continue crescendo.
Nesta sexta-feira, Dia de Paralisação Nacional da categoria, Ana Júlia lembra que ocorrerão cerca de 30 assembléias nas regionais do Sindicato, todas com atos públicos envolvendo lideranças da comunidade escolar e dos movimentos sociais. "Precisamos envolver o conjunto das entidades populares, pois estamos sendo vítimas em Santa Catarina de uma política de criminalização por parte do governo estadual, para quem a democracia não existe. As reivindicações foram transformadas em caso de polícia, de pelotão de segurança máxima", condenou. A sindicalista denunciou que ontem (quarta-feira) Agenor Leal, coordenador do Sindicato na cidade de Brusque, foi visitado em sua casa e interrogado pela polícia sobre o que iria fazer e onde estaria no dia seguinte, "numa clara tentativa de repressão, de intimidação". "Em Chapecó, na Escola Bom Pastor, o comando de mobilização da categoria chegou a ser retirado de dentro do estabelecimento pela polícia militar. Isso já aconteceu com outras entidades, virou prática reincidente do governo estadual, que não senta para negociar com as representações sindicais dos trabalhadores, apenas com os empresários", denunciou Ana Júlia.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, condenou a truculência contra os professores, qualificada como "inadmissível e totalmente extemporânea". "Vivemos num período de democracia, onde práticas repressivas como as que vêm sendo adotadas pelo governo de Santa Catarina merecem o nosso mais veemente repúdio", sublinhou.
Mais informações - Sinte-SC (48) 3224.6257 ou (48) 9969.0693 com Ana Júlia