Escrito por: Redação CUT
Segundo os educadores, a prefeitura ofereceu 2,45% de reajuste, mas os docentes não aceitaram nada menos do que os 6,27% definidos pelo Ministério da Educação (MEC)
Os professores e professoras da rede municipal de Recife decidiram manter a greve da categoria, iniciada na última sexta-feira (9), mesmo sob pressão da Prefeitura Municipal e da Justiça para que a paralisação fosse encerrada.
Nesta semana, o juiz relator substituto José André Machado Barbosa Pinto, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), teria dado razão ao município e determinado a suspensão imediata da greve, sob ameaça de multar o sindicato em R$ 100 mil por dia de descumprimento da medida.
Já a gestão do prefeito João Campos (PSB) enviou comunicado à imprensa dizendo que aulas retornariam nesta sexta (16), mas os professores decidiram manter a greve por tempo indeterminado.
Segundo os educadores, a prefeitura ainda exigiu o fim da paralisação para retomar negociações, o que era para ser uma negociação virou um impasse: a prefeitura ofereceu 2,45% de reajuste, mas os docentes não aceitaram nada menos do que os 6,27% definidos pelo Ministério da Educação (MEC).
De acordo com o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), filiado à CUT Pernambuco, uma reunião estava marcada para esta terça-feira (13), mas foi cancelada de última hora pelo próprio governo municipal.
“Ontem, recebemos um comunicado avisando que a reunião de hoje estava suspensa, porque o governo decidiu que não negocia com nenhuma categoria em greve”, explicou Jaqueline Dornelas, coordenadora geral do Simpere.
Entre as pautas, estão a valorização da carreira, a reposição de perdas salariais e o pagamento retroativo a janeiro. A assembleia geral, realizada no Clube Português, zona norte da capital pernambucana, no dia 9 de maio, reuniu mais 1.500 assinaturas a favor da paralisação.
A decisão foi tomada após sucessivas rodadas de negociação com a prefeitura, sem avanços. Os professores permaneciam em estado de greve desde o dia 10 de abril.
Prazo
O Simpere estabeleceu prazo para que a prefeitura apresente uma nova proposta. Uma nova assembleia será realizada no mesmo dia para deflagrar a paralisação.
Os educadores da capital pernambucana não aceitaram a proposta de reajuste salarial de apenas 1,5%, apresentada pela gestão do prefeito João Campos (PSB). Além do reajuste, a proposta inclui R$ 1 de aumento no tíquete-alimentação, o que também gerou críticas entre os educadores.
Cumprimento do piso
A categoria aponta que há uma lei federal que garante 6,27% de reajuste. A Lei Federal citada é a nº 11.738/2008, que determina o Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério, com impacto em toda a carreira e pagamento retroativo a janeiro.
Mais reivindicações
Além das reivindicações financeiras, os professores denunciam ainda as condições precárias de trabalho nas escolas municipais. Entre os principais problemas apontados estão a falta de auxiliares em sala de aula para estudantes com deficiência e a ausência de infraestrutura adequada para o funcionamento das unidades escolares.