Escrito por: Dandara de Almeida - SINDJUF-PA/AP

Primeiro dia do Congresso do SINDJUF-PA/AP...

Lideranças sindicais abordaram desafios da classe trabalhadora diante da crise econômica

Na manhã desta quinta (28), a coordenação do SINDJUF-PA/AP abriu oficialmente o IV CONJUF – Congresso dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal do Pará e Amapá, realizado até o dia 30 de junho, em Belém. A mesa de abertura contou com a participação de representantes da FENAJUF, da CUT, do Sindicato dos Urbanitários do Pará e, inclusive do TRT-8ª Região. A ocasião foi, sem dúvida, uma prévia de como serão os três dias do evento.

 

Para um público de carca de 80 congressistas, o coordenador do SINDJUF-PA/AP, José Ribamar França, deu as boas vindas e mediou a mesa de abertura do congresso. No entanto, certamente a presença que mais chamou a atenção dos participantes, embora tenha sido muito rápida, foi a do diretor de Recursos Humanos do TRT-8ª, Álvaro Rolo. A expectativa para ouvir Rolo gira em torno da decisão do Tribunal de cortar os salários sem prévio aviso dos seus servidores que participaram da greve de 2011, além de manter uma postura antidemocrática que não prevê qualquer tipo de conciliação entre as partes.

 

 “Eu vim representando o TRT-8ª, por isso não posso falar como pessoa do quadro funcional do Judiciário, ou seja, como membro da categoria. Pelo TRT, considero que um evento com a magnitude do CONJUF, com certeza será um sucesso. Espero que o resultado do congresso venha refletir em melhorias para os servidores”, disse o Álvaro Rolo em seu discurso, ou seja, nada declarou.

 

Após este momento inicial, a organização do evento preparou uma homenagem aos companheiros através de um clip de fotos e imagens, retratando os 14 anos de luta do SINDJUF-PA/AP e da categoria. Em seguida iniciaram a leitura e aprovação do Regime Interno do IV CONJUF.

 

CONJUNTURA

No primeiro debate do dia, Marcelo Carlini, da CUT-RS, explanou sobre a conjuntura nacional e internacional, que afeta diretamente nas barreiras enfrentadas pela categoria na luta pela dignidade do trabalhador. “Quem pensa que o problema da categoria são apenas as ações da presidenta Dilma precisa parar e refletir o que está acontecendo pelo mundo”, afirmou Carlini.

 

Ele explicou sobre a influência da crise econômica nos Estados Unidos e na Europa nas ações tomadas pelo Brasil e outros países. Os países de economia capitalista visam apenas o pagamento e recebimento de dívidas. Para isso, cortam gastos, aumentam impostos, mesmo que isso signifique gerar números exorbitantes de desempregos.

 

“Cinquenta por cento da população da Grécia está desempregada. Há gerações na Europa que não tem futuro”, explicou o representante da CUT-RS. Ele continuou afirmando que o governo Dilma está no mesmo caminho. “A política da Dilma vai levar o Brasil para o buraco. Há sete meses que o PIB da indústria brasileira não para de cair”, acrescentou. Finalizando a palestra, Carlini apontou a solução para o quadro atual: maior investimento no serviço público, contratar mais servidores públicos e controlar o câmbio.

 

DEBATES

A programação do dia seguiu com intensas discussões abordando temas como a política salarial dos servidores do Judiciário, aprofundando os debates sobre o PL 6613/09. Para falar sobre o tema, foi convidado o coordenador de comunicação da FENAJUFE, Jean Loiola. Na temática seguinte, Loiola dividiu a mesa com a assessora jurídica do SINDJUF-PA/AP, Dra. Lara Iglesias. Juntos, trataram da campanha salarial da categoria, a ação da FENAJUFE e do Sindicato, além da greve dos servidores e a postura do Poder Judiciário Federal.

 

AUSÊNCIAS

Infelizmente, em decorrência de manobras políticas o agora ex-deputado federal Roberto Policarpo não pôde comparecer ao congresso, pois retornou agora ao trabalho no TRT-10 e não houve tempo hábil para apreciação do pedido de liberação de ponto. Um lamento para todos os participantes e inclusive para o mesmo, que chegou a ser o relator do PL 6613/09 que prevê o reajuste salarial dos servidores do judiciário. Nesta situação, foi substituído na mesa de discussão pelo assessor parlamentar do SINDJUF-PA/AP, Alexandre Marques participará dos três dias de CONJUF.

 

Também não pôde comparecer o diretor geral do STF, Amarildo Vieira, que não foi liberado pelo Ministro Aires de Bryto em razão da efervescência do momento em Brasília. Pedro Armengol, que viria pela CUT Nacional, também ficou impossibilitado de comparecer tendo em vista a greve dos servidores federais em Brasília, dos quais é uma das maiores lideranças.