Escrito por: CUT-SP

Presidente do Sindicato dos Marceneiros de...

Vítima suspeita que violência seja uma retaliação por posição contrária ao imposto sindical

Na sexta-feira, (26), três homens armados invadiram o Sindicato dos Marceneiros de Taboão da Serra com o objetivo de espancar o presidente da entidade, Edson Matias Santos.

 

Pela manhã, os três indivíduos haviam conversado com a vítima alegando terem sido demitidos de uma empresa da região e que precisariam de auxílio jurídico.  Como não portavam documentos, disseram que voltariam na próxima semana.

 

Por volta das 16h, enquanto Edson aguardava o advogado do sindicato para realizar uma assembleia com a categoria, sobre a pauta da campanha salarial, no Sindicato dos Químicos de São Paulo, os três elementos (que momentos antes haviam pedido auxílio jurídico) retornaram armados para iniciar a sessão de espancamento.

 

Edson recebeu coronhadas, socos e pontapés. Segundo a vítima, os agressores diziam que ele não iria morrer, mas que na próxima não escaparia. Para simular um assalto, roubaram celulares, documentos e notebooks. O caso foi registrado no Distrito Policial de Taboão da Serra.

 

Nesta segunda, (29), Edson Matias Santos esteve na sede da Central Única dos Trabalhadores. Com hematomas por todo o corpo e cortes no rosto, se diz assustado com a situação e acredita que a ação criminosa tenha sido encomendada pela diretoria do Sindicato dos Marceneiros de São Paulo. “Durante 22 anos fui Secretário Geral do Sindicato dos Marceneiros da capital que hoje é filiado a CTB. Por não aceitar a desfiliação à CUT e por uma série de divergências com a diretoria, saí do sindicato e decidi reativar o Sindicato dos Marceneiros de Taboão que antes era administrado pelo Sindicato de São Paulo, mas que não representava ninguém, só recolhia o imposto sindical e outras contribuições”, afirma.

 

Edson salienta que o Sindicato dos Marceneiros de Taboão da Serra existia desde 1997, e que a entidade da capital apenas recolhia as contribuições compulsórias dos trabalhadores de Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra e Juquitiba, sem fazer a luta da categoria – o famoso “sindicato de gaveta”.

 

O Presidente do Sindicato de Taboão revela que o fim do recebimento do imposto sindical despertou a ira dos dirigentes de São Paulo. “Eles me acusavam de estar dividindo a categoria e a arrecadação. Eles diziam que caso eu não parasse com essa história, não iria assumir a presidência do sindicato”, desabafou.

 

Edson Matias Santos assumiu a presidência do Sindicato dos Marceneiros de Taboão da Serra no dia 13 de abril deste ano, e revela que seus filhos querem que o pai deixe o movimento sindical. “Meus filhos ficaram revoltados e pediram para que eu deixasse o sindicato, mas a minha vida é defender e por isso vou continuar”. 

 

Veja também:

Grupo invade sede do Sindicato dos Marceneiros de Taboão da Serra para agredir presidente