Escrito por: Rosely Rocha, Walber Pinto e André Accarini
Ato nacional reúne milhares em frente ao MASP, em São Paulo, neste domingo (21), para barrar a PEC da Blindagem e o PL da Anistia, cobrando punição aos golpistas e defendendo democracia e direitos
A Avenida Paulista, em São Paulo, já está tomada pela população em protesto contra a chamada PEC da Impunidade – também conhecida como PEC da Blindagem ou “PEC da Bandidagem” – e contra o PL da Anistia. A contentração começou às 14h deste domingo (21), em frente ao MASP. O protesto já ocupa as duas faixas em váriaos quarteirões da avenida.
Confira ao longo desta tarde a cobertura dos atos nas redes sociais da CUT
O ato convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, das quais a CUT faz parte, pelo Fórum das Centrais Sindicais e pelo Grito dos Excluídos e das Excluídas tem carater nacional. Assim como em São Paulo, várias outras capitais também estão coupadas pela popualção neste dia de mobilização.
São Paulo - No metrô e nos trens que chegam à região central, o clima é de indiginação em realação às ações do Congresso. Famílias, grupos de amigos e trabalhadores de diferentes idades e origens se unem em uma mensagem direta: "sem anistia para quem atacou a democracia" e "não à impunidde".
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Entre os presentes, o ator Paulo Vieira afirmou que o país tem “pautas muito mais importantes” do que a PEC, citando educação e cultura. “O Brasil acordou. O povo está ciente do seu papel de pressão e exerce sua democracia”, disse.
🇧🇷O ator Paulo Vieira já chegou no Masp, em São Paulo, e conta para o "Fala Povo" da @CUT_Brasil quais pautas o Congresso deveria realmente pautar.@PauloVieiraReal
POVO CONTRA ANISTIA
TRABALHEM PARA O POVO
HOJE É POVO NA RUA
SEM ANISTIA PARA GOLPISTAS
Vídeo: CUT-BR pic.twitter.com/bIikwCHJYn
O gerente de vendas Adriano Oliveira Souza reforçou que o protesto não tem bandeira partidária: “Quem está no Congresso está para servir o povo, não para fazer o que quer. O país precisa andar com outras questões. Político de estimação não existe.”
Para o advogado Eric do Amaral Spagnuolo, 37 anos, a proposta é “um claro ataque à democracia e às instituições brasileiras”. Ele alerta que, se aprovada, permitirá que deputados e senadores se blindem de crimes e esvaziem o controle do Supremo Tribunal Federal. “É um golpe dentro do golpe”, afirmou.
A especialista em treinamento corporativo Janaína Marques também se mobilizou pela primeira vez: “Tivemos uma tentativa de golpe de Estado e nunca punimos quem golpeou o Brasil. Essa blindagem é totalmente mal intencionada.”
O engenheiro Nelson Felipe lembra que a anistia de 1979 perdoou torturadores. “Hoje, se a gente permitir anistia para eles de novo, pode contar que em dez anos vai ter outra tentativa, porque a direita não para”, disse.
Outros locais
Manifestações semelhantes ocorreram em todas as regiões. No Rio de Janeiro, cartazes exigiam “Fora, Hugo Motta”, em referência ao presidente da Câmara. A cidade aguarda as participação de Caeteno Veoso, Gilberto Gil e Chico Buarque, artistas símbolo da luta por democracia na história do país.
Em Salvador a cantora Daniela Mercury se apresentou com a bandeira do Brasil e declarou: “Não aceitamos essa PEC da Impunidade”. O ator Wagner Moura também participou.
Atos também já estão acontecendo em São Luiz (MA), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), Belém (PA), Natal (RN) e no exterior como em Londres, no Reuno Unido, Luisboa, em Portugal e Berlim, na Alemanha , onde cartazes em português e inglês exigiram punição para golpistas e rejeitaram a blindagem parlamentar.