Relatório do senador Alessandro Vieira prevê novos crimes, aumento de penas e taxação de bets para financiar segurança pública
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado decidiu adiar para a próxima semana a análise do projeto de lei Antifacção. A decisão veio após um pedido de vista coletiva interromper a votação. Após a apresentação do parecer do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o presidente da comissão, Otto Alencar (PSD-BA), aceitou a solicitação dos senadores para que pudessem examinar o conteúdo com mais atenção.
A expectativa é que a votação aconteça na semana seguinte. Caso seja aprovado na CCJ, o projeto seguirá para o plenário do Senado e, posteriormente, deverá retornar à Câmara dos Deputados para que sejam avaliadas as alterações propostas por Vieira.
O relator da proposta, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), entregou, na madrugada desta quarta, o parecer final que será analisado pelos integrantes da comissão.
O texto foi aprovado na Câmara, em 18 de novembro, após uma polêmica relatoria do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), escolhido a dedo pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). A escolha gerou críticas de setores da sociedade, especialistas em segurança pública e irritou o governo federal por se tratar de um aliado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é bolsonarista.
O PL Antifacção original foi apresentado pelo governo federal logo após a megaoperação contra o Comando Vermelho que deixou mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
No Senado
O relatório de Vieira reúne um pacote de medidas voltadas ao enfrentamento às facções criminosas e milícias, ampliando penas, criando novos tipos penais e autorizando instrumentos adicionais de investigação.
Uma das principais novidades é a proposta de criar uma taxação sobre plataformas de apostas esportivas, as chamadas bets, com a finalidade de financiar ações de segurança pública, combate ao crime organizado e fortalecimento do sistema prisional.
A expectativa é que o texto seja votado ainda hoje no plenário da Casa, após análise dos membros da comissão. Em seguida, volta para a Câmara, onde passa por uma nova apreciação.
O texto final do relator propõe, entre outros pontos:
O relator afirma que o projeto busca modernizar os instrumentos de investigação e repressão ao crime organizado, diante do crescimento da atuação territorial de facções em diversos estados.
Governo celebra relatório no Senado
O secretário-executivo do Ministério da Justiça afirmou que o “substitutivo foi um excelente relatório, retoma o marco normativo adequado, que é a lei de organizações criminosas, cria o tipo penal facção criminosa, que era fundamental",
O projeto
Aprovado na Câmara por 370 votos contra 110 no dia 18 de novembro, o PL Antifacção tem como principais pontos o endurecimento das penas para homicídios cometidos por membros de facções criminosas e o fim do auxílio-reclusão, pago aos familiares de pessoas que perderam empregos formais depois que começaram a cumprir pena em regime fechado.
Veja o que saiu da Câmara
Abaixo, estão os principais pontos que foram alterados ou incluídos no projeto original durante sua tramitação na Câmara dos Deputados:
com informações do G1*