Escrito por: Érica Aragão
Sete militantes dos movimentos sociais, que integram a Frente Brasil Popular do estado, ficarão o dia todo sem comer em solidariedade aos grevistas em Brasília e para defender que Lula livre seja candidato
Sete pessoas ocuparam na manhã desta segunda-feira (13) a Justiça Federal de Teresina para fazer um jejum público em apoio aos sete militantes que estão em greve de fome por justiça e pela liberdade do ex-presidente Lula há 14 dias, em Brasília.
Alcimaria Aldeni Ferreira, Vitalina Maria dos Santos Silva, Maria José Soares, Francisco Santos, Simoney de Angelita de Jesus, Leonardo Francisco Alexandre Machado e Francisca Silva vão ficar em jejum das 8h às 17h dentro da Justiça Federal da capital do Piauí. O ato foi organizado pela CUT-PI, e Frente Brasil Popular do Estado e conta com apoio de um advogado, que acompanha o grupo.
“A greve de fome é por justiça no Superior Tribunal Federal (STF), pela liberdade de Lula e contra a fome”, explicou a coordenadora e participante do ato, Francisca Silva, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
“A classe trabalhadora viveu por mais de 13 anos com direitos e políticas sociais que tirou muita gente da miséria e o que a gente tá vendo agora é essa miséria voltar nas nossas comunidades, no campo e na cidade”, destacou Francisca.
O local foi escolhido por causa da perseguição de parte do Judiciário ao maior líder político do Brasil, mantido preso político desde o dia 7 de abril, na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, do Paraná, no caso do tríplex do Guarujá, sem crime nem provas de qualquer ato ilícito. O apartamento não pertence ao ex-presidente e, sim, à construtora OAS. Mesmo assim, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou a decisão de Moro e ainda ampliou a pena de nove para 12 anos.
Os grevistas querem pressa na votação das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC’s) 43 e 44, que tratam da prisão após condenação em segunda instância, como é o caso de Lula, para que o ex-presidente responda o processo em liberdade e participe do processo eleitoral.
Segundo Francisca, o campo e a cidade estão sentindo na pele as medidas neoliberais do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer, e só com Lula em liberdade e eleito presidente do País é que este Brasil poderá ser feliz de novo.
“Queremos que Lula seja candidato e que o povo tenha direito de escolher seu presidente. Lula é a esperança para os trabalhadores e as trabalhadoras deste País. A gente não esqueceu o que ele fez, por isso que Lula está em primeiro lugar nas pesquisas”.
Conversa com o Juiz
Por meio do deputado Federal, Assis Carvalho (PT), os militantes do MPA, da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Piauí (FETAGI), entre outros movimentos que compõem a FBP conseguiram agendar uma audiência com um juiz da Justiça Federal de Teresina.
Na manhã desta segunda, os militantes que estão em jejum foram recebidos pelo Lucas Rosendo Máximo de Araújo, que se comprometeu em divulgar para os juízes da Corte o que está acontecendo aqui.
“A audiência durou em torno de 10 minutos, no qual negociamos a estadia e explicamos para ele o porquê do jejum. Também dissemos a ele que se acontecer qualquer coisa com um dos grevistas em Brasília que a culpa será da justiça”, afirmou Francisca.
Truculência
Eles reclamaram da forma truculenta como foram tratados ao entrar no local. Seguranças do local não queriam deixar os militantes em jejum entrar e sair do local. Depois da conversa entre advogado e seguranças, a relação começou a melhorar.