A Philips, multinacionalholandesa fabricante de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, produtos parailuminação, e outros, anunciou sexta-feira 926) que irá interromper pordefinitivo a produção de lâmpadas no Brasil, fechando a unidade de Capuava, emMauá, no Grande ABC. Com o encerramento da produção das lâmpadas no país, aPhilips passará a importá-las de outros países onde possui filial.
Iniciando uma mobilizaçãocontra a decisão da empresa, que resultará na demissão dos 410 funcionários daunidade, os trabalhadores deflagraram greve desde sexta-feira. De acordo com oSindicato dos Metalúrgicos de Santo André, a Philips informou a entidade portelefone, afirmando que encerrará as atividades no dia 30 de junho. Conforme osindicato, 25 trabalhadores já foram demitidos em fevereiro, e os outros 385serão dispensados no terceiro trimestre deste ano. Os funcionários administrativos (cerca de 70)serão realocados em outras instalações da empresa.
Na segunda-feira, ostrabalhadores realizaram uma assembleia na porta da fábrica e exigiramexplicações da multinacional. “A empresa precisa dar garantia que ostrabalhadores retornarão ao mercado de trabalho”, afirmou Cícero Martinha,presidente do Sindicato, ressaltando que “se a Philips não se explicar,ocuparemos a fábrica sem data para sair”.
A Philips divulgou em notaque a paralisação inicia imediatamente com o fim da produção de lâmpadas parailuminação pública de Capuava. A segunda acontecerá no terceiro trimestre desteano, com o encerramento das demais atividades da fábrica. Como a maioria dostrabalhadores é mão-de-obra específica e a empresa não possui atividadesemelhante na produção de lâmpadas residenciais e de iluminação pública, todosos funcionários serão demitidos.
Como justificativa para ofechamento da fábrica, a Philips alega que “a sustentabilidade passa a ocupar otopo da lista de prioridades das empresas”, e por isso, há a motivação pela“busca de produtos e soluções que contribuam para uma maior eficiênciaenergética e diminuição da emissão de gases que causam o efeito estufa”. “Esteé, também, um momento importante para que possamos reiterar o nosso compromissocom o Brasil e explicitar que o país é um dos principais mercados para o planoestratégico de crescimento da nossa companhia globalmente”, afirma em nota.
Na documento, que relataainda os “investimentos” de US$ 300 milhões destinados à compra de empresas nopaís que atuam na área de fabricação de equipamentos médicos, investimento nafabricação de luminárias, não há uma palavra sobre o destino de centenas de trabalhadoresque ficarão sem emprego.
De acordo com o Sindicatodos Metalúrgicos, nova assembleia ocorrerá nesta quarta-feira para definirquais as ações que serão adotadas para impedir as demissões. “Faremos umacampamento e ninguém irá entrar, nem sair. Nós queremos uma definição, saberse há possibilidade de buscar alternativas para a empresa se manter na região.Por isso, faremos essa pressão para que a empresa passe a negociar com osindicato”, afirmou Martinha. E questionou: “A Philips alega que produz ali umproduto marginalizado pelo mercado, mas por que não investe em novos produtos enovas tecnologias, evitando o fechamento da fábrica?”.