Escrito por: Hora do Povo
OInforme da Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes (JIFE),publicado na quarta-feira, dia 24 de janeiro, registrou que o EUA é o maiorconsumidor de cocaína no mundo e o principal produtor de maconha, incluindo asvariedades transgênica, conhecida como “super-maconha” e sintética, que começoua circular em fevereiro deste ano com o nome K2.
AJIFE é a instância da Organização das Nações Unidas (ONU) que acompanha o combateanti-drogas no plano internacional.
NosEUA havia 5,3 milhões de consumidores de cocaína e seus derivados, como o“crack” ou “pedra”, no ano passado, diz o informe.
Porém,apesar de serem reconhecidamente o maior consumidor não só de cocaína, mas dedrogas do mundo, os EUA não só não realizam nenhum esforço em combaterinternamente o narcotráfico como ao contrário, a Casa Branca e suas agências -a CIA e outras – têm usado sistematicamente o tráfico para sua políticaexterior de defesa dos interesses das multinacionais: do ópio, matéria-prima daheroína, transportado pela CIA, através da Air América, no Laos; dosmercenários, os “contra” na Nicarágua, financiados pelo tráfico de cocaína; docrack introduzido nos bairros negros americanos também pela CIA e outros.
Aplanta da coca é cultivada legalmente em volumes controlados em vários países,mais especificamente na cordilheira dos Andes, na Bolívia, Colômbia e Peru. Masa cocaína não dá em árvores. A folha é usada tradicionalmente pela populaçãodestes países para fins medicinais. Para transformar uma na outra há umprocesso de refino, cujos ingredientes principais são a acetona e o éter. E sãoos EUA quem fornece essas substâncias aos refinadores de cocaína. Segundo aDEA, agência do governo americano supostamente para o combate ao tráfico, 70%da acetona usada na Colômbia e um terço do éter vêm dos EUA. Apesar de saberdisso, a DEA não tomou nenhuma providência para combater o tráfico de acetonaou éter por parte dos americanos. O dado, aliás, é subestimado - a origem americanados produtos químicos usados pelos refinadores de coca chega, na verdade, pertode 100%, segundo o Observatório Europeu sobre Drogas e Toxicodependências.
Sobrea produção de maconha, o Informe da JIFE também adverte que o cultivo da plantacannabis continua aumentando no país norte-americano: “A quantidade total decannabis produzida ilicitamente nos Estados Unidos é superior à quantidadetotal de cannabis que há no país proveniente de outros países”. No parágrafo434, o informe expressa que “em 2008, 25,8 milhões de pessoas (ou seja, 10,3%da população de 12 ou mais anos de idade) consumiram maconha frequentemente” edestacou que a produção de maconha nos EUA atinge 10.000 toneladas anuais.
Poucosdias depois, em 1º de março, o Departamento de Estado dos EUA divulgou umrelatório sobre drogas, buscando desviar a atenção dos dados assinalados pelaONU. O Departamento dirigido por Hillary Clinton critica a Venezuela, a Bolíviae o Equador, porque suas políticas para combater o tráfico de drogas seriaminsuficientes. Esses países se opõem à ocupação norte-americana na Colômbia,com a instalação de bases militares e tropas com a desculpa de combate aonarcotráfico.