Escrito por: Divulgação

O Equador é verde

Livro de Tadeu Breda debate o governo Rafael Correa e os paradigmas do desenvolvimento

No próximo dia 15 de maio, terça-feira, acontece em Brasília o lançamento do livro O Equador é verde — Rafael Correa e os Paradigmas do Desenvolvimento. Após a ótima acolhida que teve em São Paulo, em 2011, a obra agora será apresentada aos leitores da capital federal na livraria Sebinho, localizada na Asa Norte. Oportunidade única para conhecer mais sobre um país que passa pelo processo de transformação política, social e econômica mais instigante da América Latina.

Após quase dois anos de trabalho, o jornalista Tadeu Breda escreveu um extenso livro sobre o Equador antes, durante e depois da ascensão do presidente Rafael Correa e sua Revolução Cidadã. Porém, O Equador é verde – Rafael Correa e os paradigmas do desenvolvimento não fala apenas de política: questões econômicas, sociais e ecológicas permeiam as 320 páginas que constroem o retrato mais fiel já publicado em língua portuguesa sobre a história recente do nosso pouco conhecido país vizinho.

O livro aborda a transição reformista que vem ocorrendo no Equador e os conflitos produzidos no seio da sociedade equatoriana devido ao processo de transformação. Para cumprir com este objetivo, Tadeu Breda acompanhou de perto as eleições de 2009 e conversou pessoalmente com os principais candidatos presidenciais: Lucio Gutiérrez, Álvaro Noboa e, claro, Rafael Correa, que acabou vencendo a peleja e garantindo mais quatro anos no cargo.

Igual atenção foi dada ao movimento indígena, principal força social do país e ponta de lança das transformações políticas, econômicas e sociais que estão acontecendo por lá. Uma delas é a nova Constituição Plurinacional, que ocupa posição de destaque no livro. A Carta Magna equatoriana foi a primeira na América Latina em reconhecer direitos à natureza e adotar um princípio indígena (Sumak Kawsay ou bom-viver) como modelo de desenvolvimento.

O autor também procurou entender as influências ideológicas que definem o governo da Revolução Cidadã. Assim, pôde trazer elementos que ajudam a compreender porquê Rafael Correa fala tanto em Simón Bolívar e o que significa Socialismo do Século XXI.

Os desafios ecológicos estão presentes no relato sobre um dos maiores desastres ambientais de que se tem notícia – e que aconteceu na Amazônia equatoriana quando a companhia estadunidense Texaco (hoje Chevron) despejou na floresta milhões de galões de petróleo e outros elementos tóxicos. O resultado foi a contaminação do ar, da água e do solo devido às piscinas negras que há mais de 30 anos permanecem a céu aberto em meio à mata. A população sofre diretamente os efeitos da tragédia: os índices de câncer são os mais altos do país, e o desenvolvimento humano, o mais baixo.

O livro termina com um texto aprofundado sobre a tentativa de golpe de Estado (ou teria sido motim policial?) que em setembro de 2010 manteve Rafael Correa sequestrado e à mira de pistola durante horas – e quase lançou o país novamente na instabilidade institucional.

“Fruto do que pretendia ser uma grande reportagem, o trabalho de Tadeu Breda ultrapassou o almejado pela qualidade das questões e análises sobre o que vem acontecendo no Equador”, opina Maria Helena Capelato, titular de História da América Latina na Universidade de São Paulo (USP).


Contato do autor


Tadeu Breda: (11) 7964-9574 ou tadeubreda@gmail.com


Serviço

O quê: Lançamento do livro O Equador é verde – Rafael Correa e os paradigmas do desenvolvimento, de Tadeu Breda.


Quando: 15 de maio, a partir das 19 hrs.


Onde: Livraria Sebinho SCLN 406 - Bloco C - Loja 44. Asa Norte, Brasília-DF


Entrada franca



Ficha Técnica


O Equador é verde – Rafael Correa e os paradigmas do desenvolvimento


Autor: Tadeu Breda


Prefácio: Gilberto Maringoni


Apresentação: Maria Helena Capelato


Fotos: Raoni Maddalena


Projeto gráfico: Bianca Oliveira


Editora Elefante


14 x 20 cm


320 páginas


36 imagens


R$ 25,00


www.latitudesul.org/livro


Mais informações


“Tadeu Breda nos convida para uma viagem irresistível: percorrer os marcos visíveis e os subterrâneos de uma sociedade em turbulência há mais de uma década”, escreve o pesquisador Gilberto Maringoni no prefácio do livro, lembrando que o Equador chegou a ter sete presidentes diferentes em dez anos. “O autor realiza com rara competência um exame deste que é um dos pontos luminosos do processo de reação continental à aventura ultraliberal que varre a América Latina desde o final dos anos oitenta.”

Rafael Correa foi eleito em 2006 na esteira de três golpes de Estado civis e militares que contaram com ampla participação popular. Abdalá Bucaram foi derrubado em 1996, Jamil Mahuad, em 2000 e Lucio Gutiérrez, em 2005. Em comum, todos eles traficaram com a esperança do eleitorado: foram eleitos com uma plataforma nacionalista que prometia desenvolvimento e bem-estar, mas, uma vez na Presidência, não hesitaram a adotar políticas neoliberais pautadas pela privatização e pelo corte nos investimentos sociais (educação, saúde e subsídios).


A subserviência ao FMI e ao Banco Mundial chegou a tal ponto que, em 1999, o país simplesmente abandonou sua moeda nacional (sucre) e adotou o dólar estadunidense como unidade de circulação interna. Até hoje, os equatorianos compram e vendem com notas retratando Benjamin Franklin, George Washington e Abraham Lincoln “Talvez nenhum outro país da região tenha ido tão longe na aplicação dos processos de ajuste estrutural”, pontua Maringoni.


A chegada de Rafael Correa virou a mesa. Quando assumiu o poder, o presidente equatoriano contava com um cenário geopolítico favorável: Hugo Chávez, Evo Morales, Michelle Bachelet, Tabaré Vázquez, Néstor Kirchner e Lula governavam Venezuela, Bolívia, Chile, Uruguai, Argentina e Brasil. O Equador passava a integrar, assim, a chamada “esquerda sul-americana”. Mais tarde, radicalizaria sua posição a favor do Socialismo do Século XXI e se tornaria membro da Aliança Bolivariana das Américas (ALBA).


“As políticas neoliberais, também fruto da crise capitalista e da globalização, trouxeram consequências muito negativas do ponto de vista social, e as reações contra a pobreza, desemprego e desequilíbrio econômico começaram a surgir”, contextualiza Maria Helena Capelato, professora de História da América Latina na Universidade de São Paulo (USP). “Assim foram se consolidando governos com projetos políticos que visavam mudar o rumo das políticas vigentes.”