Lima (Peru) - As saias coloridas e os chapéus que compõem as roupas típicas de países como Peru e México se misturam no auditório onde acontecem os debates da 3ª Cúpula dos Povos, realizada em Lima, Peru, de 13 a 16 de maio.
Juntos, integrantes de movimentos sociais da América Latina, Caribe e União Européia constroem propostas que consideram socialmente justas para os processos de integração. As discussões acontecem ao mesmo tempo em que chanceleres e chefes de estado participam da 5ª Cúpula da América Latina, Caribe e União Européia, na mesma cidade, e também tem em pauta a integração, tanto social como comercial.
A principais discussões da Cúpula dos Povos incluem a exploração dos trabalhadores, a defesa dos direitos das mulheres, dos indígenas e ao atual modelo de desenvolvimento. “Estamos rechaçando as práticas das políticas neoliberais, porque afetam a vida das pessoas e do meio ambiente, põe em risco os trabalhadores dos sindicatos e permitem a atuação das multinacionais”, afirma Miguel Palacín, um dos organizadores da cúpula.
Vindo da Bolívia, o representante de uma organização de originários indígenas, Damaso Ingalia, expressa o sentimento que o trouxe à Cúpula. “Queremos fortalecer um pouco mais a América Latina e ter mais voz”.
Augusto Caña, peruano, falou sobre mineração em uma palestras durante a cúpula. Ele defende o direito das comunidades indígenas e equilíbrio na exploração mineral, atividade na qual se baseia a economia do país. “No Peru há bastante exploração das minas e das populações indígenas”.
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez e da Bolívia, Evo Morales foram convidados para o encerramento dos debates. Ao final da Cúpula dos Povos, será redigido um documento com as propostas do encontro e encaminhado aos chefes de estado que participam da 5ª Cúpula América Latina, Caribe e União Européia.