Escrito por: Sindimetal-ES

Mobilização traz resultados

Após 22 dias de protesto, metalúrgicos de Linhares (ES) conquistam todas as reivindicações feitas durante a greve

Os1,8 mil trabalhadores quarteirizados nas empresas Milplan Engenharia, SGS-PID eÁlvaro Aguiar Engenharia, contratadas da Engevix em Linhares-ES, conquistaramtodas as reivindicações feitas durante a greve.

 

Estescompanheiros constroem o III modulo da Unidade de Tratamento de Gás da Petrobrasna localidade de Cacimbas - Linhares, distante 240 km de Vitória. Assembleia,na manhã desta quinta-feira (11), aprovou a proposta negociada pelo Sindimetalcom as contratantes.

 

Ostrabalhadores conquistaram reajuste de 4,5% a ser aplicado no salário dessemês.    Quando a justiça do trabalho fizer a perícia e decidirquem é o representante sindical dos trabalhadores (Sindimetal ou  o [Sindicatoda Construção Civil de Linhares – Sintracon]) as empresas vão aplicar oreajuste das convenções coletivas, referente às categorias. A data base dosmetalúrgicos é novembro e a data base dos operários da Construção Civil é maio.Se a justiça decidir pelo Sindimetal, as empresas terão que repor o total de6,18%. Já o Sintracom ainda vai negociar a Convenção Coletiva. Portanto, oreajuste de 4,5% é uma antecipação.

 

Ostrabalhadores conquistaram novos percentuais de horas extras. As duas primeirasserão pagas com acréscimo de 75% sobre a hora normal. A partir da 3ª hora esseacréscimo será de 100%. Nos finais de semana e feriados a hora extra seráacrescida  150% sobre o valor da hora normal.

 

Outraconquista foi dos metalúrgicos na SGS PID que terão equiparação dossalários  tomando como referência os salários pagos pela MilplanEngenharia. As empresas toparam abonar todos os dias de protesto. Não haverádesconto nos salários e devido ao feriado de Carnaval, os trabalhadores sóretornam à UTGC na quarta-feira de Cinzas. Por causa desse feriado, dois dias serãocompensados. Nos sábados dias 20 e 27 de fevereiro.

 

Aconquista é uma vitória, pois foram 22 dias de movimento. Eles fizeramassembleias diárias na portaria da UTGC. Também fizeram uma passeata pelacidade de Linhares.

 

Caminharammais de 10 km pelas ruas  pedindo apoio ao movimento dos trabalhadores.Estenderam faixas no escritório da Petrobras, porque a empresa dizia que nãotinha nada a ver com o problema dos trabalhadores.
 
"Porém, o problema só começou a ser resolvido quando a Petrobras semexeu" disse o diretor do Sindimetal, Walter Ribeiro. Segundo ele, no dia 4  após a assembleia que decidiu que os operários voltariam para ocanteiro de obras é que a situação tomou um runo novo. 

 

Segundoo presidente do Sindimental, Roberto Pereira de Souza, os trabalhadores ficaramainda mais revoltados quando a Justiça do Trabalho, aconselhou o sindicato avoltar atrás no movimento "As empresas Engevix, Milplan, SGS-PID e ÁlvaroAguiar ingressaram com cinco ações judiciais contra o Sindimetal. E se o sindicatodescumprisse as liminares de interdito proibitório, sofreria multas pesadas.Daí, os metalúrgicos entraram no canteiro de obras da UTGC, mas nãotrabalharam, ocuparam as instalações e ameaçaram desfazer o que tinhamconstruído", disse Roberto.
 
Temendo que os operários tumultuassem o canteiro de obras, o que poderiaatrasar ainda mais esta importante a obra da Petrolífera no ES, contratante(Petrobras) e contratada (Engevix) fizeram, no dia 5, o pagamento integral domês de janeiro, sem desconto dos dias parados, para todos os empregados daMilplan, SGS-PID e Álvaro Aguiar Engenharia. Mas desde então, os ônibus nãomais circularam para levar os trabalhadores.

 

Naterça-feira (9) aconteceu na SRTE uma reunião de mediação entre o Sindimetal, Sintracon(Sindicato da Construção Civil de Linhares) e as empresas. Na mediação, ficouacertado que as representações sindicais formariam uma intersindical, pois asempresas não sabem "legalmente" que representa os trabalhadores, se oSindimetal e o Sintracon.

 
Nesta reunião que começou as 10 horas e só terminou às 20, foi fechada umaproposta de reajuste salarial, pagamento de horas extras e compensação dos diasde paralisação, que foi levada na quarta-feira (10) para apreciação dostrabalhadores.  Na assembleia os metalúrgicos recusaram. Eles queriam opagamento de 100% dos dias de protesto, pois a proposta só abonava 50%.

 
Uma nova reunião entre as empresas e os sindicatos foi feita na tarde dessemesmo dia e com a garantia de pagamento de todos os dias não trabalhados, osmetalúrgicos decidiram voltar ao trabalho.