Escrito por: Acesita fixa a jornada de trabalho à revelia dos trabalhadores
Desde 2005 a Acesita se prepara para fixar a jornada dos trabalhadores de turno, enfrentando a resistência dos trabalhadores e do Sindicato dos Metalúrgicos de Timóteo e Cel. Fabriciano, de Minas Gerais (Metasita). Conforme denúncia do sindicato, a empresa chegou, inclusive, a planejar tomar a entidade por meio de patrocínio de chapas não cutistas para esvaziar sua atuação e facilitar a vida dos empresários locais.
Durante a campanha salarial de 2006 ocorreu um impasse durante as negociações na cláusula de jornada de trabalho em turno de revezamento. A empresa queria implantar o intervalo de refeição de 1 hora e os trabalhadores reivindicavam ampliar a folga. Para solucionar o problema foi criada uma comissão paritária.
Decisão unilateral - Para o Sindicato, no entanto, tudo não passou de uma cortina de fumaça, pois a Acesita atrasou a instalação da Comissão em cinco dias e os representantes da empresa se limitaram a recusar as propostas apresentadas pelos trabalhadores. Em 9 de fevereiro os patrões propuseram a extinção da comissão e, no mesmo dia, o presidente da Metasita foi chamado pelo RH da empresa para uma reunião, na qual foi comunicado que a Acesita havia tomado a decisão unilateral de fixar a jornada de trabalho.
Isso significa que um trabalhador com jornada das 23h às 7h passará o resto de sua vida na empresa cumprindo esse horário, seis dias por semana, folgando 48 horas, com sérios prejuízos para sua saúde e reflexos no nível de emprego.
Esquema de repressão – Diante da intransigência patronal, o Metasita mobilizou os trabalhadores para não aceitar a proposta, mas a empresa montou um forte esquema repressivo com a contratação de mais de 200 seguranças particulares além de policiais civis. Foi contratada, também, uma frota de vans e ônibus e os trabalhadores foram obrigados a se deslocar para o trabalho com esses veículos acompanhados de seus supervisores.
A Acesita utilizou, ainda, de um velho estratagema da época da ditadura militar que foi monitorar assembléias de trabalhadores, infiltrando “olheiros” e ameaçando quem participasse dos debates.
O caminho para os trabalhadores é continuar sua mobilização e forçar a negociação para impedir que a jornada fixa se estabeleça. Segundo cálculos do sindicato, a jornada fixa irá acarretar centenas de demissões.