Escrito por: Redação CUT

Mesmo com suspensão de leilões, eletricitários fazem greve de 24h nesta terça

Liminar derrubou tentativa do governo de entregar o sistema elétrico do Brasil. Categoria luta contra a venda e desmonte da estatal e quer demissão do presidente Wilson Pinto

Sindieletro/MG

Um dia antes de os trabalhadores e trabalhadoras do setor elétrico realizarem em todo o país o Dia Nacional de Luta contra a Privatização do Sistema Eletrobras, com atos e paralisações em vários estados, o governo do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB/SP) decidiu suspender o leilão de seis distribuidoras que operam em estados do Norte e Nordeste. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (16) no Diário Oficial da União.

A suspensão decorre de uma decisão liminar da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro na quinta-feira passada (12), que determinou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) interrompesse o processo iniciado por um edital de privatização. A decisão se baseou em liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que determinou que processos de privatização devem ser autorizados pelo Congresso Nacional.

Mesmo com a suspensão dos leilões, a categoria decidiu manter os atos e paralisações programadas para esta terça-feira (17). Segundo a Coordenação Nacional dos Eletricitários (CNE), trabalhadores entraram em greve em unidades dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Alagoas e Piauí. Nos demais estados, estão sendo realizadas assembleias e atos nos locais de trabalho.

CUT-BATrabalhadores contra a privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) nesta terça (17), na Bahia

No Dia Nacional de Luta Contra a Privatização do Sistema Eletrobras, os cerca de 23 mil trabalhadores e trabalhadoras da geração, transmissão e distribuição de energia do sistema Eletrobras lutam contra a venda e o desmonte da estatal. A categoria reivindica ainda a saída do atual presidente, Wilson Ferreira Pinto Jr., que tem trabalhado para privatizar a empresa que concentra 31% da capacidade brasileira de geração de energia.

Victor Frota da Silva, integrante da direção do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU-DF), explica que a mobilização da categoria foi mantida porque, apesar da suspensão temporária dos leilões, o governo pode derrubar essa liminar a qualquer momento.

“Ainda que ele não consiga manter o leilão para dia 26, ele vai tentar remarcar. E o objetivo principal é barrar a privatização das distribuidoras”, diz.

Segundo ele, o governo, vendo que estava enfraquecido, adotou a mesma estratégia de fatiamento da empresa que tenta fazer com a Petrobras, outra estatal importante para o País.

Silva se refere ao fato de que o Planalto teve dificuldades em aprovar um Projeto de Lei que permitia a privatização de todo o sistema Eletrobras e tenta, agora, vender o patrimônio da estatal por partes.

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#ForaWilsonPinto

Como parte das ações do Dia Nacional de Luta em Defesa do Setor Elétrico, as entidades sindicais que representam os trabalhadores do Sistema Eletrobras realizaram um twitaço para pressionar e reivindicar a imediata demissão do presidente da estatal.

Nomeado para comando da Eletrobras pelo ilegítimo Temer, Wilson Pinto iniciou um Plano Diretor de Negócios e Gestão (PDNG) que, além de prever  o favorecimento do mercado financeiro com a entrega do controle acionário da Eletrobras, tem a pretensão de demitir 12 mil trabalhadores e trabalhadoras e penalizar a população brasileira com o aumento da tarifa de energia.

Wilson Pinto chamou os trabalhadores da Eletrobras de vagabundos, tentou aumentar seu salário em 46%, descumpriu o estatuto da própria estatal ao ocupar mais de cinco cargos em conselhos de administração e se ser o primeiro presidente da história da Eletrobras a receber advertência da Comissão de Ética da Presidência da República. Além disso, ele contrata serviço que não é de competência da Eletrobras, burlando a Lei de Licitações por meio de inexigibilidades.

*Com informações do Brasil de Fato e FNU