Escrito por: Redação CUT Com informações da Agência Brasil e Brasil de Fato
No último fim de semana, manifestações pelo cessar-fogo em Gaza ocorreram em dezenas de cidades. Em São Paulo, 30 mil foram às ruas no maior ato pró-Palestina da história do país.
Neste fim de semana, manifestações em solidariedade ao povo palestino foram realizadas em diversas cidades do mundo. Em São Paulo, a CUT, sindicatos e movimentos sociais participaram neste domingo (15) de uma marcha que reuniu cerca de 30 mil pessoas. Os organizadores classificaram como o maior ato pró-Palestina já realizado no Brasil. A mobilização fez parte da Marcha Global por Gaza, iniciativa internacional que convocou atos simultâneos contra os ataques israelenses na Faixa de Gaza e em defesa do cessar-fogo imediato.
Além da capital paulista, protestos ocorreram em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Boa Vista, Fortaleza e Goiânia. No exterior, também houve manifestações em capitais como Londres, Paris, Barcelona, Estocolmo e Istambul, com presença de movimentos populares, sindicatos, parlamentares, artistas e ativistas dos direitos humanos.
Na manifestação em São Paulo, os manifestantes se concentraram na Praça Roosevelt e caminharam pelas ruas centrais até a Praça Charles Miller, no Pacaembu. A principal reivindicação foi o rompimento das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com Israel, medida que já vem sendo adotada por países como a Colômbia. Também houve apelos por um cessar-fogo imediato, abertura de corredores humanitários e fim do bloqueio imposto à Faixa de Gaza.
Com palavras de ordem, faixas e bandeiras palestinas, o ato reuniu integrantes da comunidade árabe-palestina, movimentos sociais, parlamentares e apoiadores da causa. A jornalista e ativista Soraya Misleh, uma das organizadoras, afirmou que o número de participantes mostra o crescimento da solidariedade popular frente ao agravamento da situação em Gaza. “É o maior ato pró-Palestina no Brasil em 50 anos. O genocídio está sendo televisionado, documentado por jornalistas palestinos que estão sendo mortos. As pessoas não conseguem mais ignorar”, afirmou.
A manifestação ocorreu um dia após ataques israelenses deixarem ao menos 45 mortos em Gaza, segundo a agência Reuters, muitos deles perto de pontos de distribuição de ajuda. Organizações internacionais denunciam escassez de alimentos, colapso hospitalar e mortes de civis em áreas densamente povoadas.
Durante o ato em São Paulo, parlamentares como o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) discursaram em apoio à Palestina. “Gaza se tornou um campo de concentração a céu aberto. É o apartheid do século 21”, declarou. Também estiveram presentes ativistas como Thiago Ávila, deportado de Israel dias antes, e representantes de diversas entidades da sociedade civil.
Cartazes lembravam os mais de 220 jornalistas palestinos mortos nos últimos meses e chamavam atenção para a violência sofrida por crianças e mulheres. O pesquisador Cauê Teles levou o filho Guido, de 8 anos. “Estamos aqui para pedir que o Brasil rompa relações com Israel. As crianças não podem continuar sendo alvo de bombas”, disse. Já a professora Raquel, que preferiu não se identificar, alertou para o risco de escalada: “Israel agora bombardeia o Irã. Precisamos reagir”.
Os manifestantes também prestaram apoio à caravana internacional que tenta entrar em Gaza pelo Egito com ajuda humanitária. “Enquanto houver um palestino vivo, haverá resistência. E enquanto houver solidariedade internacional, haverá esperança”, concluiu Misleh.
A Frente Palestina de São Paulo, organizadora do ato, informou que novas mobilizações estão previstas e que busca entregar ao governo brasileiro uma carta pedindo o rompimento oficial com o governo de Benjamin Netanyahu.
Veja imagens do ato em São Paulo