O ano começou com o aumento do número de acidentes na Mahle Metal Leve, consequência da pressão na produção por aumento do ritmo e da carga de trabalho imposta pela direção da fábrica, denuncia o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em janeiro foram vários acidentes e num deles um operador de prensa ficou sem a primeira falange do dedo indicador da mão direita.
Na terça-feira (6), uma falha no sistema de resfriamento provocou a explosão do tanque de chumbo da linha de solubilização, espalhando uma liga de chumbo a 420 graus centígrados por vários metros. A CIPA dos Trabalhadores interditou o local. Mesmo assim, o gerente de produção não quis discutir as causas do acidente.
ASSEDIO - "E um desrespeito total aos trabalhadores. Até parece que a ordem da empresa é tirar a produção a qualquer custo, mesmo que a companheirada perca a saúde e a vida", protestou o coordenador do Comitê Sindical, Leanir José da Costa, o Raposão. Ele disse que a pressão é tanta que caracteriza assédio moral. "Tem trabalhador que opera três máquinas ao mesmo tempo, sendo que numa delas são necessárias oito operações", comentou.
Para Raposão, não é com desrespeito aos trabalhadores, o que aumenta o número de acidentes, que a empresa vai conseguir o certificado que persegue há tempos sobre a melhoria na segurança e nas condições de trabalho.
"De que adiantam tantos certificados se as condições de trabalho estão piorando?", perguntou Raposão. Se o descaso continuar, o Sindicato vai pedir a abertura de boletins de ocorrência porque, diante de tal postura, o problema está virando caso de polícia.