Representantes de 22 estados fundam o Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Federal na sede nacional da CUT
Nasce o Proifes-Sindicato
Composta pelas principais lideranças docentes do país, a diretoria eleita é também composta por Eduardo Rolim de Oliveira (UFRGS), vice-presidente; Eliane Leão (UFG), diretora administrativa; Elenize Cristina Oliveira da Silva (UFRR), vice-diretora administrativa; José Maria de Sales Andrade Neves (UFC), diretor administrativo e João Eduardo da Silva Pereira (UFSM), vice-diretor administrativo.
A fundação da nova entidade se dá num momento de completo esvaziamento da Andes (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior), esgarçada ao limite pela partidarização realizada pelo PSTU/Sem lutas. Como alternativa a esta instrumentalização, foi criado em 2004 o Proifes (Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior) que, desde então, tem encaminhado as reivindicações da categoria e comandado as mobilizações.
AVANÇOS E CONQUISTAS
Nasce o Proifes-Sindicato
Ao fazer uso da palavra, Lúcia fez um breve histórico do processo de construção da nova entidade. "O Proifes ainda quando era Fórum encaminhou importante mobilização e articulação para que a negociação 2007/2008 já servisse para a valorização, para a recuperação dos salários, tratamento isonômico entre ativos e aposentados, aproximação das tabelas dos professores do ensino básico, médio e universitário. O Proifes hoje, com essa assembléia, consagra com a fundação desse Sindicato, um esforço que já vem de algum tempo. A CUT parabeniza todos os professores, foi um prazer participar desse processo e estar aqui. Espero que os professores recuperem a sua capacidade de mobilização e tenham na referência desse novo Sindicato um instrumento importante para a luta não apenas que diz respeito aos professores das universidades públicas federais, mas em defesa da educação pública, que é um instrumento fundamental para as mudanças que a gente tanto sonha para o nosso país", destacou Lúcia.
MOMENTO HISTÓRICO
Nasce o Proifes-Sindicato
De acordo com João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT, "há muito tempo que os docentes do ensino superior mereciam uma organização sindical que os representasse. Um Sindicato enraizado na base, localizado em todas as universidades federais, para que a vontade e os anseios da categoria se expressasse em seu interior. Acredito que isso ocorreu, com a criação, na sede nacional da CUT, de um Sindicato com essas características, que saiba fazer a relação entre a reivindicação trabalhista da categoria e os problemas gerais que ocorrem no país". "Eu sei que esse Sindicato nasce de forma unitária, com uma representação altíssima na grande maioria dos Estados e que vai dar muita alegria às universidades brasileiras, muita alegria aos docentes do ensino superior e aos alunos, pois é um Sindicato que além de pautar questões relativas à categoria também pauta a melhoria da qualidade do ensino nas universidade, a ampliação das vagas públicas. É um Sindicato que já nasce com agenda de luta e mobilização, com uma agenda que para nós é fundamental, pois nasce na sede de uma central sindical como a CUT, que tem todas as categorias profissionais deste país filiadas a ela. Portanto, é uma entidade que estabelece a unidade entre os professores do ensino superior e as demais categorias para somar por melhores condições de vida e trabalho, e por um país mais justo. Parabéns ao Proifes e à categoria, que merece um Sindicato de luta, combativo e representativo", sublinhou João Felício.
PARCERIA
A secretária Nacional de Organização da CUT, Denise Motta Dau, falou sobre a estreita parceria desenvolvida pela Central e a categoria, particularmente no último período. "Nós estamos acompanhando a mobilização dos professores do ensino superior desde quando foi criado o Fórum Nacional do Ensino Superior. O Fórum elaborou diversas agendas, diversas pautas de reivindicação, consolidando principalmente em 2007 uma negociação nacional que alterou os salários, a carreira, a questão da paridade entre os professores da ativa e os aposentados, trazendo diversos benefícios para a categoria". Com isso, ressaltou Denise, "se contrapondo ao sindicalismo partidarizado que alguns setores do ensino superior vem protagonizando, infelizmente, em nosso país". "Por isso a fundação do Proifes-Sindicato, na data de hoje, 6 de setembro, é histórica, porque consolida uma prática sindical que junta mobilização, elaboração de políticas para o ensino público, com pressão, com greve, consolidando um sindicalismo verdadeiramente autônomo e com liberdade sindical. Esta é uma data histórica em que a gente espera, com esta organização a nível nacional, que a nova entidade traga ainda mais conquistas para os professores e o para o ensino público de nível superior. A categoria está de parabéns e pode contar nesta jornada, mais uma vez, com a Central Única dos Trabalhadores", declarou.
Para o vice-presidente do Proifes, Eduardo Rolim, também presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ADURGS), este é um momento extremamente histórico porque uma das mais importantes categorias do país, "tanto do ponto de vista sindical quanto do pensamento, até hoje não era representada por nenhum sindicato". "Por isso vieram todos, numa perspectiva democrática, buscar sua representação legítima e legal. Este processo que nós vivemos começou há pelo menos quatro anos, quando os professores decidiram se organizar e formar uma nova alternativa, o que marcou o panorama do movimento sindical brasileiro. Do ponto de vista corporativo, passamos a ter uma nova forma de reivindicar, com a satisfação dos nossos interesses econômicos, com uma negociação salarial que acabou de ser implementada. Esse processo traz de volta um Sindicato enorme, com 100 mil pessoas na base, traz de volta novas perspectivas, uma nova leitura da luta da classe trabalhadora, unificada. Entendemos que a unidade dos trabalhadores é fundamental para o país, assim como a liberdade e a autonomia sindical, que foram consagrados nos dias de hoje", destacou Eduardo Rolim.
A professora e líder goiana Eliane Leão sublinhou que o novo "Sindicato Nacional vai dar voz e força para todos os professores das universidades federais deste país". "Fomos apoiados por um grupo que conseguiu, unanimemente, propor para o país uma solução de representatividade que nós necessitávamos. Contra fatos não há argumentos. Todos, juntos, conseguimos formar uma entidade que dará novos rumos para o movimento sindical do país, com engajamento e dedicação em prol do sistema público federal", concluiu.