O1º Congresso da Mulher Metalúrgica, realizado em janeiro de 1978, na Sede doSindicato dos Metalúrgicos do ABC, marcou o início da incorporação mais intensadas reivindicações femininas na pauta do Sindicato.
Cercade 800 companheiras inscreveram-se, mas, diante de obstáculos impostos pelospatrões, até com ameaças de demissão, o número caiu. Ficaram pouco mais de 350trabalhadoras de 39 empresas.
Vivíamosainda sob a ditadura militar. As liberdades eram escassas, a repressão e oautoritarismo eram muito presentes nas fábricas.
Aquelecongresso foi pioneiro no gênero, feito com todo o cuidado para não serconfundido com um encontro do movimento feminista. Seu objetivo era integrar asmulheres na vida sindical da categoria.
Foia partir dele que as mulheres passaram a ocupar cargos na diretoria doSindicato.
Noevento, as metalúrgicas trouxeram ao cenário nacional uma realidade até entãodesconhecida. Elas tornaram públicas situações como a repressão e o descaso comos seus direitos nas fábricas.
Discriminação
Uma das mais gritantes diferenças era a salarial, apesar da crescenteparticipação da mulher no setor.
Pesquisarealizada na época pelo Dieese mostrou que 50% dos homens metalúrgicos recebiamo dobro do salário de 50% das mulheres metalúrgicas.
Porserem baixos, os salários das mulheres eram considerados complementaçãosalarial da família.
Masos problemas não acabavam aí. Também foram debatidos o tratamentodiscriminatório das chefias, o assédio, as exigências vexatórias por parte dasempresas no uso dos banheiros, a inadequação ou a falta de creches e devestiários, e a inexistência de locais para refeições.
Comoconsequência, eles deixaram de ser denúncias para se tornarem objeto da lutapor igualdade.
Depende de vocêcontinuar essa história
Aluta iniciada em 1978 prossegue agora no 2º Congresso da Mulher Metalúrgica,que acontece entre os dias 25 a 27 próximos.
Como tema Construindo a igualdade entre homens e mulheres, o encontro terá noveconvidadas que comandarão uma conferência, quatro oficinas temáticas e umaplenária de encerramento.
Participe!A participação das mulheres metalúrgicas é fundamental para que o trabalhoiniciado no 1º Congresso prossiga e traga novas vitórias.