Escrito por: Conticom agenda nova audiência com o Ministro do Trabalho para o dia 5 de agosto

Greve no Rodoanel continua

 

Fracassou a tentativa de acordo proposta pelos representantes do Consórcio Queiroz Galvão/CR Almeida, nesta quarta-feira (30) durante reunião no Sindicato dos Químicos do ABC. Diante do impasse criado pela representatividade sindical e da greve a empresa propôs uma reunião no final da tarde com o presidente da CUT/SP, Edílson de Paula e com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bernardo do Campo e Diadema (Sintracom SBC/DMA), Cladeonor Neves da Silva, para tentar encontrar uma solução para o impasse criado pelo desrespeito à legislação trabalhista.

 

Antonio Pacce, representou o consórcio e durante a reunião propôs que se os trabalhadores voltassem imediatamente ao trabalho, eles assinariam um acordo prevendo negociação dos pontos reivindicados pelos trabalhadores. O acordo do patronal previa a criação de um calendário de 15 dias para negociação; pagamento dos dias parados; estabilidade de 90 dias no emprego para todos; formação de uma comissão de representantes, formada por no mínino dois trabalhadores; retirada do interdito proibitório, que a empresa conseguiu na Justiça, e a não cobrança da multa diária de mil reais estabelecida pela Justiça do Trabalho. O Sintracom SBC/DMA propôs então que fosse firmado um documento em cartório garantindo o direito de negociar em nome dos trabalhadores, já que os empresários haviam afirmado em documentos oficiais que eles só reconheciam o Sintrapav/SP. “Os patrões tinham concordado em assinar o documento desde que a CUT e a Força Sindical também o assinassem. A CUT manifestou-se favorável, porém ficamos sabendo que a Força não quis assinar, alegando que não tem diálogo com o Sintrapav/SP. Realmente, apesar de serem filiados à Força tudo indica que não há conversa pois o próprio presidente do Sintrapav/SP, Vilmar Santos, chegou a me ligar ontem (30) à noite confirmando que não aceitam ninguém intermediando as negociações e que era para nós, do Sintracom SBC/DMA, encontrarmos uma solução para a greve. Por conta desse impasse, a empresa acabou retirando o acordo proposto ”, afirma Cladeonor.

 

Nova audiência com o Ministro do Trabalho - De acordo com a CONTICOM (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil) o que vem ocorrendo na base de São Bernardo do Campo é um reflexo do que muitos outros sindicatos têm vivenciado e por isso agendou uma audiência pública com o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para o dia 5 de agosto, às 16h, em Brasília. Participarão desta reunião representantes de vários sindicatos da construção civil do Brasil, inclusive do Sintracom SBC/DMA.

 

Em 19 de junho o Sintracom SBC/DMA conseguiu uma audência com o Ministro e chegou a denunciar a prática anti-sindical do Sintrapav/SP. O Ministro havia solicitado a Luiz Antonio Medeiros,secretário das Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, que realizasse uma reunião envolvendo todas as partes para que se chegasse a um consenso, o que não foi feito até a presente data “Esse pessoal está tentando utilizar de uma manobra ardilosa para tumultuar a representação dos trabalhadores. Como os sindicatos filiados à CUT não são os conhecidos sindicatos de carimbo porque lutam de verdade pelos direitos dos trabalhadores, esses pelegos estão tentando burlar a lei afirmando que são ligados ao ramo da construção pesada, porém no sistema de classificação brasileira de ocupação não existe tal discriminação, o que comprova a falácia e má-fé desses dirigentes”, afirma Waldemar Pires de Oliveira, presidente da CONTICOM. Medeiros foi um dos líderes sindicais fundadores da Força Sindical e como hoje ocupa o cargo de Secretário das Relações de Trabalho do Ministério, vem assinando diversas Normas Técnicas e até mesmo conferindo Cartas Sindicais a diversos sindicatos da construção pesada, que são na sua maioria, filiados à Força Sindical. Esses documentos estão permitindo a esses sindicatos representarem uma base mesmo que ela já tenha outro sindicato representando a região. “Vamos lutar nacionalmente para acabar com essas manobras e para que a legislação sindical seja cumprida”, afirma Waldemar.