Escrito por: Sinpaf
Diante das duas derrotas na justiça em face das ações acima, ainda que em caráter liminar, o presidente da Embrapa lança novo ataque à categoria
Com tantas coisas urgentes para serem resolvidas na Embrapa, a Gestão Moretti continua gastando seu tempo para atacar o SINPAF. Ao invés de buscar caminhos para resolver os inúmeros gargalos e desafios impostos à Embrapa, a Gestão Moretti perde tempo ao criar obstáculos à atuação sindical.
Primeiro, tentou impedir a liberação dos dirigentes nacionais, garantida em Acordo Coletivo, por meio da cobrança ao sindicato dos valores de remuneração salarial dos dirigentes. Depois, em uma manobra autoritária, tentou transferir compulsoriamente, em plena pandemia, trabalhadores lotados em Parnaíba para Teresina, entre esses, também dirigentes do sindicato e da CIPA.
Diante das duas derrotas na justiça em face das ações acima, ainda que em caráter liminar, o presidente da Embrapa lança novo ataque à categoria. Nessa nova investida, a Gestão Moretti está encaminhando carta aos presidentes das Seções Sindicais, solicitando a saída imediata do sindicato das instalações da empresa.
A alegação é que o sindicato não é uma entidade de interesse público, afeto às questões de P&D, e, nessa lógica, não pode permanecer ocupando salas nas instalações da Embrapa, como já o faz há mais de 20 anos. Para responder a mais essa nova ofensiva, o SINPAF denunciou a empresa ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Seria irônico se não fosse trágico essa falta de fair play e de respeito com preceitos basilares da democracia, como vem sendo demonstrado por essa gestão. Na impossibilidade de cooptar ou calar a atual Direção Nacional do SINPAF, que discorda e aponta problemas em sua gestão, Moretti e sua diretoria partem para o ataque rasteiro, na tentativa de retirar e afastar o sindicato do dia a dia dos trabalhadores e trabalhadoras.
Caberia perguntar à Gestão Moretti, qual a contribuição às ações de P&D que é viabilizada por consultórios odontológicos, salões de beleza, clínicas estéticas, bancas de revista, restaurantes e lanchonetes terceirizados, que permanecem ocupando espaços, por exemplo, na sede da empresa, e que, ao que consta, não foram instados a sair. Também ocupam instalações da Embrapa a Associação de Empregados (AEE), a Casembrapa e a Fundação Eliseu Alves, as quais não receberam pedidos de desocupação.
Todos os serviços e entidades anteriormente citados trazem qualidade de vida e melhoram a vida das pessoas. Por isso, precisam continuar nas instalações da empresa. Igualmente o SINPAF, que ajuda, reforma e conserva espaços que estariam ociosos, bem como realiza ações importantes, como adquirir máscaras e álcool gel para proteger sua base diante da insuficiência da oferta de tais equipamentos pela empresa. Para gestores sensatos, o sindicato deveria ser uma entidade importante. Para os rancorosos, porém, é um inimigo a ser eliminado.
Considerada por muitos como burocrática, pouco criativa e ineficiente, a Gestão Moretti tem preferido retaliar o sindicato, como aqui descrito, a resolver problemas que se avolumam na empresa, tais como insuficiência generalizada de recursos, demora no atendimento de demandas, descolamento da agenda de pesquisa dos setores produtivos, não reposição do quadro de empregados como prometido publicamente, entre outros gargalos.
Em tempos de gestores biônicos, não escolhidos por processo seletivo regular, não é novidade que até o pagamento de salários no prazo correto e a disponibilização de contracheques confiáveis sejam processos desafiadores. O barco parece seguir desgovernado!
De qualquer forma, por maiores que sejam os ataques que o SINPAF sofra por parte dessa gestão autoritária, continuaremos lutando, de maneira independente, para defender os interesses da categoria e de uma Embrapa Pública, Democrática e Inclusiva.