Escrito por: Barack Fernandes - Fetaema

Fetaema na luta para que famílias não...

Em audiência nesta quarta (6), entidade apresentou alternativas para amenizar os efeitos do cumprimento de decisão proferida pela Justiça Federal

Em audiência realizada na tarde desta quarta-feira (6), no Palácio Henrique de La Roque, foram apresentados pelo presidente da Fetaema, Chico Miguel, a secretária de Política Agrária da Federação, Maria Lúcia Vieira, coordenadores das Regionais Sindicais do Pindaré e Alto Turí, dirigentes dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais dos municípios de Zé Doca, Governador Newton Belo, São João do Caru e Boa Vista do Gurupi, ao vice governador do Maranhão, Washington Oliveira e aos representantes do INCRA e ITERMA, os principais problemas que afetam os trabalhadores e trabalhadoras rurais que devem ser realocados (as) da Terra Indígena Awa- Guajá. “Nossa presença aqui é para discutir, viabilizar e construir alternativas para amenizar os efeitos do cumprimento de decisão proferida pela Justiça Federal, que dá direito a reintegração dos Indígenas Awa-Guajá as terras onde atualmente estão mais de mil e cem famílias agricultoras familiares. Esperamos enquanto representantes do MSTTR, que o deslocamento dos (as) trabalhadores (as) rurais, seja feito de forma menos traumática possível para as famílias, garantir-lhes moradia digna, terra para produzir e acesso das mesmas a programas sociais dos governos federal e estadual”, destacou o presidente da Fetaema, Chico Miguel, ao fazer uso da palavra.

Após um longo processo de análise do pedido feito pela Fetaema, o vice governador, Washington Oliveira, juntamente com os representantes do INCRA e ITERMA, assumiram vários compromissos em favor das famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais, entre eles:

* A criação de um Grupo de trabalho envolvendo a representação dos órgãos fundiários Federal (INCRA) e Estadual (ITERMA), do Programa Terra Legal e do Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais para buscar a identificação de áreas devolutas a serem arrecadadas, áreas particulares a serem desapropriadas, lotes em assentamentos rurais, federais e estaduais, passíveis de serem retomados, entre outras situações, para alocar as famílias;

* Atualizar o número de famílias residentes na Reserva Awa-Guajá;

* Solicitar reunião entre o Grupo de Trabalho criado, com a Presidência do INCRA e o Ministro do Desenvolvimento Agrário, para tratar do assunto.

Presente na reunião o trabalhador rural do povoado Vitória da conquista de Zé Doca, Francisco Aguiar, revelou  o drama vivido atualmente pela comunidade. “Estamos de um mês para cá sem trabalhar devido esta incerteza. Alguns vão à roça, mas logo voltam, pois ficam tristes em terem que deixar a terra e ao mesmo tempo sem saber onde irão.  Agora o jeito é esperar enquanto os órgãos competentes arrumam uma área para colocar nós”, desabafou na audiência, o agricultor Francisco Aguiar.

Após o compromisso assumido pelo Governo do Estado e os órgãos fundiários ICRA e ITERMA, a secretária de Política da Agrária da Fetaema, destacou que este foi um passo importante em favor dos não indígenas do TI Awa-Guajá. “Conseguimos hoje o compromisso do vice governador, Washington Oliveira e dos representantes do INCRA e ITERMA, em se articularem para retirada  com respeito e dignidade das famílias, bem como o assentamento das mesmas em áreas produtivas, porém, esperamos avançar com rapidez no processo, para que as famílias se sintam mais seguras e tranquilas”,  declarou ao final da audiência, a secretária de Política Agrária da Fetaema, Maria Lúcia Vieira.