Escrito por: APP-Sindicato

Falta de funcionários e turmas superlotadas...

A faltade professores e funcionários nas escolas públicas estaduais em Curitiba é hojeum dos maiores problemas da educação estadual. No mês passado, o NúcleoSindical Curitiba Norte, núcleo da APP em Curitiba, promoveu um ato públicopara denunciar a ausência de funcionários em seis colégios da capital. Este eoutros problemas da educação serão debatidos nesta sexta-feira (11) e sábado(12), durante a realização da V Conferência Regional da APP-Sindicato. Oevento, que acontecerá no Hotel Lancaster, elencará as propostas para amelhoria da Educação em Curitiba e estas serão entregues aos candidatos aogoverno do estado.

O objetivo da conferência regional, com o tema “Avaliação das PolíticasEducacionais - Avanços e Desafios", é fazer um diagnóstico da educaçãobásica em Curitiba. Ou seja, irá apresentar os avanços, mas também indicar osproblemas não solucionados durante este governo. Os principais gargalos são avalorização profissional dos educadores (carreira), condições de trabalho dosfuncionários e professores, infra-estrutura, organização e gestão escolar.

Para a secretária Educacional da APP, professora Janeslei Albuquerque, a faltade funcionários nas escolas de Curitiba é uma deficiência que prejudica aqualidade da escola pública. O governo afirmou que fará a ampliação de três milvagas para funcionários de escolas, entretanto esse número, segundo ela, estáaquém do que é previsto para suprir as demandas. “A ampliação significa quehaverá, em média, mais 1,5% de funcionários por escola. É muito pouco. Essedado revela que ainda estamos sob a resolução proposta pela ex-secretária deeducação do Governo Lerner, que, em 2001, cortou 30% dos funcionários epedagogos do quadro da Educação”, destaca.

Segundo a presidente do núcleo da APP em Curitiba, Tereza Lemos, os colégiosDona Branca, Papa João Paulo, Pilar Maturana, Gelvira Pacheco e Santa Gema sãoos mais atingidos pela falta de funcionários. “No Leôncio Correia, por exemplo,tem uma funcionária para fazer o lanche, servir e cuidar das louças para maisde 400 alunos em um só turno. Nas outras escolas a situação não é diferente.Faltam funcionários na cozinha, na limpeza, no portão, no pátio. Seránecessário paralisar as atividades até que o governo contrate novosfuncionários?”, questiona.

Excesso de alunos - Além da contratação de novos funcionários e substituiçãodaqueles que estão afastados por licença médica, é preciso ainda reduzir onúmero de alunos por turma. “Há uma superlotação de alunos nas salas de aula. Éum absurdo ter 30 crianças em sala de aula numa turma de 1ª série. Assim como éimpossível conviver com a ideia de que escolas cheguem a ter 50 alunos nasturmas do ensino médio”, aponta Janeslei.

O Projeto de Lei (PL) 486, que dispõe sobre o limite máximo de alunos por salade aula no âmbito da rede pública estadual de ensino foi apresentado peladeputada Luciana Rafagnin em 2005 e vetado em 2006 pelo governador do estado. Oprojeto defende o estabelecimento de até 20 alunos por sala nas turmas doEnsino Infantil e 1ª série do Ensino Fundamental, até 25 alunos nas turmas de2ªs a 4ªs séries e até 30 nas turmas de 5ª a 8ª series do Ensino Fundamental.No Ensino Médio as salas devem comportar até 35 alunos. O PL encontra-se paradona Assembleia Legislativa.

Conferência Estadual – A Conferência Regional tirará os delegados para aConferência Estadual que acontecerá nos dias 20 e 21 de agosto. Educadores dos29 núcleos sindicais da APP apresentarão as demandas de todo o Estado. Odocumento final construído a partir deste processo será entregue aos candidatosao governo do Estado do Paraná com as propostas dos trabalhadores da educaçãopara o próximo governo.