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Dia do trabalhador e da trabalhadora: aposentadoria digna é justiça social

Entre as pautas da classe trabalhadora para este 1° de Maio, a defesa das aposentadorias será prioridade. Reivindicações principais são correção dos benefícios e políticas sociais voltadas ao segmento

Publicado: 30 Abril, 2024 - 14h17 | Última modificação: 30 Abril, 2024 - 14h25

Escrito por: André Accarini | Editado por: Rosely Rocha

Reprodução
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Pauta da CUT e centrais sindicais para a classe trabalhadora neste 1° de Maio de 2024, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, a defesa das aposentadorias é uma luta que tem por objetivo valorizar uma parcela significativa da população que, após uma longa jornada profissional, na maioria dos casos por mais de 30 anos, merece ter uma vida digna, de bem estar.

O Brasil tem hoje, de acordo com dados do governo federal, cerca de 23 milhões de trabalhadores e trabalhadoras aposentados. São pessoas que durante toda uma vida contribuíram com a Previdência Social.

Viver bem é um dos conceitos fundamentais na aposentadoria, no entanto, essa realidade não se aplica na prática. O valor médio do benefício das aposentadorias em novembro de 2023 era de R$ 1.771,28.

Por isso, hoje, estar aposentado, na maioria dos casos, com base nesse valor, significa passar dificuldades. Para o secretário de Pessoas Aposentadas, Pensionistas e Idosas, da CUT Nacional, Ari Aloraldo do Nascimento, a aposentadoria deveria, no mínimo, “manter o padrão e as condições de vida que os trabalhadores tinham quando estavam na ativa”.

Para sanar o problema enfrentado por esses milhões de brasileiros, de acordo com o secretário, é preciso unir forças entre os próprios trabalhadores e as centrais sindicais no sentido de formular políticas de valorização das aposentadorias.

Para ele, valorização não se trata apenas de um reconhecimento pela contribuição na construção da sociedade e da economia do país, mas uma justa forma de proporcionar bem estar e dignidade ao ser humano.

“Não é justo haver perdas. Na ativa o trabalhador tem benefícios que foram conquistados pelas categorias e quando se aposenta, perde tudo. Isso contribui para a degradação das condições econômicas, prejudica o orçamento e estamos falando de uma fase da vida em que o trabalhador, naturalmente, precisará de mais recursos”, diz o dirigente.

Ele se refere ao fato de que, lei da vida, com o passar dos anos, a saúde passa a carecer de mais cuidados e, portanto, mais gastos com medicamentos, por exemplo. “Ainda mais se avaliarmos pelo fato de que a exploração predatória do capital adoece as pessoas”, diz Ari.

Quem mais sofre são as pessoas idosas. Não podemos achar normal um idoso ou uma idosa, gastar todo o seu benefício com medicamentos. O que essa pessoa ganha mal dá para o sustento, a alimentação, o aluguel. Justo seria ela gastar seu benefício com algo que lhe trouxesse felicidade
- Ari Aloraldo do Nascimento

Por isso, o dirigente reforça que o ideal é um conjunto de medida ligadas ao tema, agregando uma política na distribuição de medicamentos com foco nos fármacos de uso contínuo, os mais usados pelas pessoas idosas. Hoje há uma pequena lista de remédios gratuitos no Farmácia Popular para doenças como diabetes e pressão alta, por exemplo.

Para ele, a luta em defesa dos aposentados e aposentadas requer um processo de rediscussão do tema sob todos os ângulos, tanto do ponto de vista social como das condições econômicas.

“Ele pagou a vida toda por isso e na hora que mais precisa do benefício, na hora do retorno, encontra uma série de obstáculos”, diz Ari Aloraldo.

Entre os obstáculos ele cita a reforma previdenciária aprovada em 2019 e instituída pelo governo passado, que acabou com a expectativa de milhões de brasileiros de se aposentarem.

“Afunilaram as aposentadorias, mexeram com direitos adquiridos, cancelaram o sonho da dos brasileiros. Muitos estavam há cinco meses para se aposentarem e tudo ficou difícil”, pontua o dirigente.

Leia mais: aposentados contribuem com o país e precisam ser valorizados

1° de maio

Sob o tema “Por um Brasil mais Justo”, o 1º de Maio 2024 será um dia de celebração e reflexão para levar a toda a população brasileira a luta do movimento sindical em defesa da classe trabalhadora.

As pautas de luta são o emprego decente, a correção da tabela de Imposto de Renda, juros mais baixos, valorização do serviço e dos servidores e servidoras públicos, salário igual para trabalho igual e aposentadoria digna.

Os atos políticos nacional do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora em todo o país são organizados pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB Intersindical Central da Classe Trabalhadora.

Veja aqui onde serão feitos atos

Em São Paulo, o 1º de Maio será no Estacionamento Oeste da Neo Química Arena, Estádio do Corinthians, a partir das 10h.

Lula

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, confirmou, na terça-feira (23), que o presidente Lula participará do Ato Nacional Unificado das Centrais Sindicais no 1º de Maio, em São Paulo.

“O Dia do Trabalhador e da Trabalhadora é uma data de luta, que contará com a participação de grandes lideranças nacionais comprometidas com a classe trabalhadora, entre elas, a nossa maior liderança popular: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse Sérgio Nobre. 

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