O diretor da revista Veja, Policarpo Júnior, desmontou todas as afirmações apressadas de que ele não poderia ser convocado para depor, porque isso seria um “ataque à liberdade de imprensa”. No último dia 6 de setembro, às 14hs, ele prestou depoimento como testemunha de defesa do réu José Serra (PSDB-SP), na sala de audiências da primeira vara criminal do Fórum do Paranoá, em Brasília.
O tucano é réu na Ação Penal nº 6376-20.2010.6.21.0111, que corre na 111ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Sul, por crime de calúnia, decorrente de afirmações feitas na campanha eleitoral de 2010. Quando pedia votos no Rio Grande do Sul, Serra deu entrevista ao jornal Zero Hora, repetindo calúnias contra o PT, acusando o partido de envolvimento com o narcotráfico, através das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Na época a Veja foi quem divulgou a falsa notícia contra o PT.
Para tentar escapar de condenação, Serra curiosamente recorreu à Policarpo como testemunha. O depoimento derruba a desculpa do deputado Miro Teixeira (PDT/RJ) e do PMDB de que sua convocação seria uma violação à liberdade de imprensa. Em 2005, Policarpo já prestou depoimento favorável a Carlinhos Cachoeira, na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. Recentemente, o juiz federal Alderico Rocha Santos relatou que, quando a atual mulher de Cachoeira o ameaçou, disse que Policarpo era empregado do bicheiro e teria elaborado um dossiê contra o juiz, para ser publicado na revista Veja. Provavelmente Policarpo será convocado a depor em juízo sobre este episódio.