Escrito por: CUT São Paulo

CUT São Paulo repudia Associação da Parada do Orgulho LGBT

Entidade insiste em cobrança ilegal de taxa para que organizações participem do evento

Dorival Elze
APOLGBT vetou participação da Central na parada por não aceitar pagamento de taxa


A Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP) repudia a atitude antidemocrática e autoritária da Associação da Parada do Orgulho LGBT por vetar a participação da Central no evento que ocorre domingo (7), na Av. Paulista.

É a primeira vez, em 18 anos, que a CUT/SP não participará da Parada do Orgulho LGBT, pois, infelizmente, ocorre uma mercantilização dessa manifestação popular que, para além de uma celebração da alegria, marca a luta da comunidade LGBT no calendário brasileiro.

Apesar de já receber milhões de reais em recursos da Prefeitura, a Associação da Parada insiste em cobrar taxas abusivas para que as organizações participem do evento. A cobrança é ilegal e constava, inclusive, na minuta de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Prefeitura e a associação.

A determinação pela não cobrança de taxas é da Procuradoria-Geral do Município, medida corroborada pela 1º Promotoria de Habitação e Urbanismo da capital, que ressalta que o uso do espaço público não pode ser cobrado.

Em 1997, foi com um veículo Kombi e um megafone que a Central participou da Parada LGBT pela primeira vez. A CUT também foi a primeira a defender a realização do evento quando a mídia propagava que a parada era uma festa violenta, com manifestantes bêbados e promiscuidade.

Para além da presença no evento festivo, a CUT é a mais combativa do movimento sindical na defesa dos trabalhadores LGBT, embate definido no estatuto da entidade, na criação do Coletivo Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras LGBT, em 2008, e, sobretudo, pela ação prática nos acordos coletivos que contemplam essa população.

Lamentavelmente, a intransigência da Associação da Parada impede que a Central vá às ruas no evento em 2015, mas não apagará o engajamento histórico da CUT/SP pelos direitos das lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, bem como a bandeira contra o preconceito e a discriminação.

Enquanto a Central mantém esse embate acirrado por direitos, dentro e fora do mundo do trabalho, vê com tristeza que, no fim, para a Associação da Parada LGBT, o respeito tem cifra, com vários zeros à direita.