Escrito por: SNMT-CUT emite nota de repúdio à violência de Clodovil contra a deputada Cida Diogo (PT-RJ) e mulher

CUT repudia a atitude preconceituosa de deputado Clodovil

 

A CUT, por meio de sua Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora, repudia as declarações preconceituosas, sexistas e discriminatórias feitas pelo deputado Clodovil Hernandez contra as mulheres e especificamente, o episódio de agressão à deputada federal Cida Diogo (PT-RJ).

 

Clodovil parece ignorar os princípios de nossa constituição federal, que prevê como crime qualquer tipo de preconceito e/ou discriminação. O fato se agrava pelo fato de tratar-se de um deputado, representante legítimo do povo, eleito por processo democrático, para justamente, defender e fazer cumprir os princípios constitucionais. Esta atitude demonstra que Clodovil não tem condições de cumprir seu papel como parlamentar, pois caminha na direção contrária a esses princípios.

 

Perante a isso, queremos demonstrar nossa solidariedade à deputada Cida e exprimir nossa absoluta indignação com o fato ocorrido. Exigimos a devida punição do referido deputado e repudiamos esta e qualquer atitude discriminatória contra as mulheres.

 

Saudações cutistas,

 

Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora

 

 

 

Clodovil ofende mulheres e agride deputada

 

Recentemente o deputado federal Clodovil Hernandez (PTC-SP), em programa de TV, dirigiu-se às mulheres de forma pra lá de ofensiva ao afirmar que, atualmente, "as mulheres ficaram muito ordinárias, vulgares, cheias de silicone e trabalham deitadas e descansam em pé".

Ofendida com as declarações (como qualquer mulher), a Deputada Cida Diogo (PT-RJ) começou a recolher assinaturas para abertura de processo disciplinar contra Clodovil na Câmara. Na quarta-feira, dia 9, a Deputada procurou Clodovil para que formalizasse um pedido de desculpas, assim, reverteria a representação da bancada feminina (45 deputadas) contra o parlamentar, que já contava com 85 assinaturas.

 

Segundo relato, Clodovil disse à deputada para que não se preocupasse, já que falava somente às mulheres bonitas, e não a ela, que "é tão feia que nem para p. [sinônimo de prostituta] serve". Muito abalada com a ofensa, Cida Diogo interrompeu a sessão da Câmara e exigiu desculpas de Clodovil. O deputado admitiu que foi "cruel" com a parlamentar, mas que não vai pedir desculpas.

 

O líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), encaminhou ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), na quinta-feira (11), representação contra o deputado Clodovil Hernandez (PTC-SP) por quebra de decoro parlamentar, por suas palavras ofensivas contra as mulheres, o que inclui a agressão verbal à deputada.

 

Para Maria Ednalva, Secretária Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, “para nós da Central Unica dos Trabalhadores, este tipo de postura discriminatória, sexista e preconceituosa é uma forma de violência contra as mulheres. Neste sentido, as mulheres e homens da CUT exigem que a ‘casa do povo’, a Câmara dos deputados e deputadas, tome as atitudes cabíveis a este tipo de comportamento machista e violento deste deputado”, completa Ednalva.

 

Cida Diogo, uma das principais representantes da bancada feminina da Câmara, é médica, iniciou sua carreira política no movimento estudantil na década de 1970. Filiada ao PT desde 1980, atuou nos movimentos de mulheres, sindical e popular. Participante ativa na defesa de minorias, a petista participou de diversas manifestações em prol dos direitos de homossexuais.

 

Assim como a CUT, outras entidades emitiram nota de repúdio contra as declarações de Clodovil. Veja abaixo a nota da CNDM.

 

 

“O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher vem a público manifestar a indignação de todas as suas integrantes pela conduta preconceituosa, discriminatória e ofensiva do deputado federal Clodovil Hernandes em relação às mulheres, em geral.

 

Consideramos imprescindível, também, expressar nossa solidariedade com a deputada federal Cida Diogo que foi alvo de agressão inadmissível, justamente por ter feito representação contra o referido deputado.

 

Entendemos que o mandato parlamentar, legitimado pelo voto das cidadãs e cidadãos, não pode ser refúgio para atitudes de discriminação de qualquer natureza. Portanto, nosso posicionamento não pode ser outro senão o de exigir a mais severa punição ao gesto e à sua reincidência”.

 

 

                                                      Conselho Nacional dos Direitos da Mulher